Com 33 integrantes, parte da comitiva intimidadora de Dilma não terá acesso ao plenário do Senado

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Ciente de que escapar do impeachment só será possível se um milagre ocorrer ou uma bomba cair sobre o Congresso Nacional, Dilma Rousseff comparecerá ao Senado, onde fará a própria defesa, trazendo a tiracolo uma comitiva de 33 pessoas. Não é difícil decifrar a decisão da presidente afastada de se fazer acompanhar por um séquito, formado em sua maioria por ex-ministros de Estado, pois o objetivo é intimidar os julgadores. Até porque, em plenário, julgando a petista, estarão pelo menos seis ex-ministros.

Entre os convidados de Dilma está o ex-presidente Lula, cuja presença já questionada por muitos, inclusive por esquerdistas mais cautelosos e equilibrados. Esse “pé atrás” explica-se pelo fato de Lula ter sido indiciado pela Polícia Federal por corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica no caso do apartamento triplex em Guarujá, no litoral paulista. Fora isso, o ex-metalúrgico é alvo de processo por tentativa de obstrução aos trabalhos da Justiça, além de ser investigado no sinuoso imbróglio do sítio em Atibaia. A presença de Lula na galeria do plenário seria para intimidar alguns senadores, o que pode não funcionar.

A comitiva de Dilma será acomodada na galeria do Senado (anel superior que circunda o plenário), mas de acordo com a administração da Casa apenas vinte convidados poderão acompanhar a fala da presidente afastada. Ou seja, não por acaso e de forma cabalística, treze convidados serão “barrados no baile”.

A presença de tantos ex-ministros e assessores faz parte do plano de engrossar o roteiro do documentário sobre o impeachment que Dilma encomendou a uma produtora de cinema, que está no plenário do Senado captando imagens. O material será usado no périplo que a petista fará após deixar oficialmente a Presidência da República, quando visitará alguns governantes bolivarianos e discorrerá sobre o que vem chamando, insistentemente de golpe.

Para reforçar o documentário e dar ar de veracidade à cansativa cantilena do golpe, defensores de Dilma acompanharão a presidente em caminhada desde o Palácio da Alvorada até o Senado Federal, distância de aproximadamente 5,5 quilômetros. E nesse percurso cenas também serão registradas para mostrar o apoio popular à presidente afastada, como se a maioria da população pensasse assim.

O mesmo deverá acontecer no preâmbulo da viagem de volta ao Porto Alegre. Apoiadores, “companheiros” e assessores acompanharão Dilma Rousseff até a Brasília a Base Aérea de Brasília, de onde partirá um jato da FAB com a petista com destino à capital gaúcha. E mais uma vez cenas serão registradas para vender a falsa ideia de que a responsável por arruinar a economia brasileira foi vítima de uma manobra golpista da direita.

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Confira abaixo a lista com os nomes dos integrantes da comitiva:

Ex-ministros

– Aldo Rebelo, ex-ministro do Esporte; da Defesa; e da Ciência e Tecnologia
– Aloizio Mercadanten ex-ministro da Casa Civil; e da Educação
– Antônio Carlos Rodrigues, ex-ministro dos Transportes
– Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência
– Eleonora Menicucci, ex-ministra de Política para as Mulheres
– Eugênio Aragão, ex-ministro da Justiça
– Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente
– Jaques Wagner, ex-ministro da Casa Civil
– José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça e advogado de defesa
– Juca Ferreira, ex-ministro da Cultura
– Maurício Muniz, ex-ministro de Portos e do PAC
– Miguel Rossetto, ex-ministro da Secretaria-Geral; e do Trabalho e Previdência
– Miriam Belchior, ex-ministra Planejamento e ex-presidente da Caixa
– Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda
– Nilma Lino Gomes, ex-ministra da Igualdade Racial
– Patrus Ananias, ex-ministro do Desenvolvimento Agrário
– Ricardo Berzoini, ex-ministro da Articulação Política
– Tereza Campello, ex-ministra do Desenvolvimento Social

Assessores

– Giles Azevedo – chefe da gabinete de Dilma
– Jorge Messias – ex-subchefe da Casa Civil
– Sandra Brandão – assessora do Palácio do Planalto
– Dayse Baretta – assessora
– Maria de Fátima Carneiro de Mendonça – assessora
– Olímpio Cruz – assessor de imprensa
– Paula Zagotta – jornalista
– Roberto Stuckert – fotógrafo
– Tiago Falqueiro – jornalista
– Wagner Caetano – assessor

Dirigentes de partidos

– Carlos Lupi (PDT)
– Luciana Santos (PCdoB)
– Rui Falcão (PT)
– Renato Rebelo (ex-presidente do PCdoB)
– Luiz Inácio da Silva (ex-presidente da República)