Com Gleisi e “companheiros” atolados no escândalo do Petrolão, PT do Paraná começa a implodir

gleisi_hoffmann_86Inferno astral – Se o ano de 2014 foi desastroso para o PT do Paraná, o de 2015 poderá marcar uma virtual dissolução da legenda no estado. O partido, que havia se preparado para chegar ao Palácio Iguaçu, sede do Executivo local, com Gleisi Helena Hoffmann, viu a candidata chegar em terceiro lugar com 14% dos votos e a bancada do PT na Assembleia passar de 7 para 3 deputados. Mesmo assim, naquele momento o desastre estava apenas começando.

Gleisi se atola cada dia mais no Petrolão e ninguém arrisca apostar que a senadora seja capaz de manter o mandato. Os três deputados estaduais que o PT elegeu foram financiados por Gleisi, com dinheiro de origem incerta ou recursos de empreiteiras investigadas pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Esses parlamentares também são alvo de investigação e correm o risco da cassação.

A aversão ao PT no estado, onde o partido nunca foi popular (Lula e Dilma já foram derrotados no primeiro e segundo turno no Paraná), está explodindo. A situação é tão grave, que um grupo de petistas do primeiro escalão prepara uma debandada. Entre eles está o ex-deputado federal Angelo Vanhoni, a ex-vereadora e atual secretária da Mulher de Gustavo Fruet (PDT) na prefeitura de Curitiba, Roseli Isidoro, e o vereador Jonny Stica. Abandonarão o PT rumo a Rede Solidariedade, partido que está sendo formado por Marina Silva e cujo registro deve ser solicitado em breve. O trio sabe que no PT ninguém mais se elege qualquer cargo nada no estado. É o tal do “salve-se quem puder”.

O pânico que apavora os petistas do Paraná tem boas razões para existir. A desagregação moral da legenda vai muito além de Gleisi, denunciada pelos delatores do Petrolão, Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, e com o nome na lista do procurador Rodrigo Janot. A crise atinge todos os detentores de mandato do partido no estado, envolvidos em doações suspeitas que podem resultar em novos capítulos da Lava-Jato. As lideranças que não estão envolvidas na operação da PF procuram a porta de saída porque acionaram a chave da sobrevivência.

Caso exemplar de petista com mandato, vida enrolada e futuro incerto é o do deputado estadual Tadeu Veneri (PT), expoente de um moralismo neo-udenista, mas que foi alcançado por um desmoronamento ético catastrófico. O deputado está sendo investigado pelo Ministério Público por embolsar R$ 275 mil em verbas de gabinete da Assembleia Legislativa e justificar o dispêndio com notas frias. Seu envolvimento com doadores do Petrolão deixou de cabelo em pé aqueles que levavam a sério seu implacável discurso ético.

Em 2014, Veneri recebeu R$ 213.750,00 da Construtora Odebrecht, uma das empreiteiras investigadas no Petrolão e que pagou, só na ampliação da Repar (Araucária), R$ 85,9 milhões em propinas ao PT e ao PP, conforme a delação do ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco. Da campanha de Gleisi Hoffmann (PT), o “camarada” Veneri recebeu mais R$ 54,1 mil e diz, com o maior cinismo, que Gleisi constrange o PT. As doações suspeitas, de R$ 334.856,00, representam 57,8% dos R$ 596,4 mil arrecadados por Veneri em 2014. Na campanha de 2010, Tadeu Veneri recebeu R$ 20.834,67 do agora ex-petista e ex-deputado André Vargas. Do PT veio outros R$ 72.672,36. A estimativa do Ministério Público é de que do dinheiro repassado pelo PT, 75% vieram das empreiteiras enroladas no Petrolão.

Outro caso que provoca constrangimento no PT do Paraná é o do deputado estadual Professor Lemos, que comandou uma violenta invasão à Assembleia Legislativa em fevereiro último. O esquerdismo radical esconde um relacionamento surpreendentemente bom com empreiteiras envolvidas no Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história da humanidade. Relacionamento sempre intermediado pela senadora Gleisi Hoffmann.

Quando disputou a prefeitura de Cascavel, em 2012, o candidato Professor Lemos arrecadou, oficialmente, R$ 1.735.380,00 para a campanha. Desse montante, R$ 1.348.492,00 vieram da Construtora OAS e da UTC Engenharia. Ou seja, 78% do total arrecadado pelo petista Lemos têm origem em empresas diretamente envolvidas no esquema de desvios da Petrobras, investigados pela Operação Lava-Jato. Os indícios de caixa 2 na campanha do Professor Lemos também estão sendo investigados e situação tende a piorar. Isso mostra que a diáspora iniciada com os petistas que estão abandonando o barco do partido só tende a aumentar.

apoio_04