Contrariando a gazeta de Mantega, mercado financeiro prevê alta do juro e recuo do PIB

Sinal de alerta – A projeção para o crescimento da economia continua a cair. De acordo com o Banco Central (BC), que semanalmente consulta os economistas das cem maiores instituições financeiras em atividade no País, a estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) caiu pela sétima semana seguida: passou de 2,46% para 2,40%. Para 2014, também houve redução, pela segunda semana consecutiva, de 3,1% para 3%.

No último dia 27, o BC reduziu a sua projeção para o crescimento da economia, este ano, de 3,1% para 2,7%. Em seguida, o ainda ministro Guido Mantega (Fazenda), tentou, sem sucesso, convencer a opinião pública que neste ano o PIB poderia crescer ainda mais.

A situação da economia torna-se ainda mais preocupante com a aposta do mercado financeiro na taxa básica de juro, a Selic, que deve encerrar 2013 em 9,25% ao ano. Na última semana, a previsão para a Selic era de 9% ao ano. Para o final de 2014, a projeção também é de 9,25% ao ano.

As instituições financeiras esperam que, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 9 e 10 deste mês, seja mantido o ritmo de alta da Selic, com aumento de meio ponto percentual. A taxa básica, atualmente em 8% ao ano, subiu 0,25 ponto percentual em abril e meio ponto percentual em maio.

Essa expectativa surgiu depois da divulgação do Relatório de Inflação, no último dia 27. O BC elevou a projeção para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 5,7% para 6%, este ano.

Enquanto o governo trabalha com índices oficiais de inflação, na carestia do cotidiano o mais temido fantasma da economia já ronda a casa dos 20%. Em alguns produtos, em especial no setor de alimentos, a inflação já encosta no patamar de 30%. Isso faz com que o salário do trabalhador seja corroído, diminuindo o consumo e aumentando a inadimplência.