Coreia do Norte realiza grande teste de artilharia em meio à chegada de submarino dos EUA à região

O clima na região da península da Coreia é de tensão em alta. Isso porque o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, não se deixa intimidar pelas ameaças feitas por Washington. Ao contrário, o jovem tirano de 33 anos está disposto a enfrentar o poderio bélico norte-americano caso seu país seja agredido.

Em claro recado ao governo norte-americano, a Coreia do Norte iniciou amplo exercício militar com fogo real, na terça-feira (25), com pelo menos cinco manobras de grande escala. O ato, em celebração ao 85º aniversário da “fundação” de seu Exército, coincidiu com a chegada de um submarino nuclear americano à costa sul-coreana.

De acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap, o exercício militar foi conduzido próximo da cidade portuária de Wonsan. Kim Jong-un teria participado das manobras, nas quais foi testada artilharia de longo alcance.

Este seria o maior exercício de artilharia real já conduzido pela Coreia do Norte, segundo fonte citada pela agência. A operação ocorre em celebração à fundação, em 1932, da guerrilha anti-japonesa criada por Kim Il-sung, avô do atual ditador.

O exercício militar norte-coreano e a comemoração do aniversário do Exército do país acontecem em momento de tensão na região por conta dos testes bélicos de Pyongyang e o crescente temor que o país asiático realize um novo teste nuclear, situação que aumentaria a animosidade com os EUA.

Fotografias feitas por satélite mostraram atividade no centro de testes nucleares de Punggye-ri, no nordeste da Coreia do Norte, onde ocorreu há dez dias um grande desfile militar. Mas ao menos na data comemorativa desta terça-feira, Pyongyang não realizou nenhum teste atômico, que geralmente são executados no período da manhã.


A Coreia do Norte comunicou que reforçará suas “medidas nucleares de autodefesa”, após a ordem de Washington de enviar para a península coreana o porta-aviões Carl Vinson, em resposta ao lançamento de um míssil norte-coreano no início do mês.

Enquanto o porta-aviões americano de propulsão nuclear ainda está a caminho, na terça-feira o submarino nuclear USS Michigan atracou na cidade costeira sul-coreana de Busan. O submarino americano deve participar de exercícios militares conjuntos com o porta-aviões Car Vinson em breve, segundo a agência Yonhap. O USS Michigan é um submarino de propulsão nuclear que transporta 154 mísseis de cruzeiro Tomahawk e 60 tropas de operações especiais, além de minissubmarinos.

Encontro trilateral em Tóquio

Também na terça-feira, diplomatas do Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos concordaram em coordenar de forma estreita “todas as ações” contra a Coreia do Norte. Na reunião em Tóquio, o sul-coreano Kim Hong-kyun, o japonês Kenji Kanasugi e o americano Joseph Yun discutiram formas de lidar com o regime de Pyongyang.

“Concordamos em coordenar todas as ações – diplomáticas, militares e econômicas – em relação à Coreia do Norte”, disse Yun, representante especial dos EUA para a política da Coreia do Norte. Este encontro trilateral é o segundo desde que Donald Trump assumiu a presidência dos EUA, em 20 de janeiro.

“Nós advertiremos veemente a Coreia do Norte para que interrompa as provocações estratégicas, mas tomaremos medidas punitivas fortes que o Norte não poderá suportar caso não cumpra”, disse Hong-kyun. O representante sul-coreano se recusou a elaborar detalhes sobre quais seriam essas ações punitivas.

Os três representantes diplomáticos também concordaram em instar a China, principal benfeitor da Coreia do Norte, a exercer mais influência para travar os programas nucleares e de mísseis de Pyongyang. O ministro do Exterior do Japão, Fumio Kishida, comunicou que o representante especial da China para assuntos da península corenana, Wu Dawei, deve visitar o Japão nos próximos dias para conversas com autoridades japonesas. (Com agências internacionais)

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