Corregedor da Câmara, Eduardo da Fonte ainda não se pronunciou sobre o funcionário-fantasma Carlos Lupi

Mudez estranha – Carlos Lupi faz de tudo para continuar ministro do Trabalho, mas parte do seu partido, o PDT, faz força para que ele deixe o cargo, evitando o desconforto de uma demissão. A ideia inicial dos palacianos é manter Lupi no comando da pasta até o início de 2012, quando a presidente Dilma Rousseff deve promover uma dança de cadeiras na Esplanada dos Ministérios.

Para piorar a situação, pesa contra Carlos Lupi a acusação de que o pedetista foi funcionário-fantasma da Câmara dos Deputados durante seis anos, período em que embolsou regiamente os salários sem a contrapartida laboral. Servidores lotados na liderança do PDT na Casa legislativa confirmaram que Lupi não dava expediente no gabinete.

Líder do governo, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) garante que não há funcionário-fantasma na Câmara. A polêmica deve se arrastar por mais algumas semanas, pois o objetivo é fazer com que o assunto caia no esquecimento no embalo do recesso parlamentar, cujo início está previsto para dias antes do Natal.

Enquanto nada disso acontece, o corregedor da Câmara, deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), por dever de ofício, teria de investigar o caso, pois trata-se de um escândalo que afronta a dignidade do cidadão brasileiro, que madruga para financiar o clube privado de negócios em que se transformou o Congresso Nacional.

Eduardo da Fonte – que integra o grupo rebelde do PP capitaneado pelos senadores Ciro Nogueira (PI) e Benedito de Lira (AL) – tem deixado a desejar como corregedor da Câmara. Dudu, como é conhecido nos bastidores o parlamentar pernambucano, nada fez para punir o também deputado Pedro Novais (PMDB-MA), que foi ejetado do Ministério do Turismo debaixo de denúncias de corrupção. Entre as acusações contra Novais estão a de utilizar verba de gabinete para pagar o salário de uma doméstica que durante sete anos trabalhou em seu apartamento em Brasília e empregar o motorista de sua mulher no gabinete do também deputado Francisco Escórcio (PMDB-MA).

Integrante da claque do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, a quem protegem de forma incondicional, Eduardo da Fonte não incomodou o deputado Weverton Rocha (PDT-MA), que se envolveu na polêmica sobre a viagem de Carlos Lupi ao interior do Maranhão. Dudu também fez ouvidos moucos à recente decisão do Supremo Tribunal Federal de indiciar o deputado Paulo Maluf Paulo Maluf (PP-SP) por formação de quadrilha e de remessa de dinheiro para o exterior.

Resumindo, diante e tantos desserviços ao País, Eduardo da Fonte deve mais uma vez se apequenar e fingir que nada sabe sobre o funcionário-fantasma que virou ministro.