CPI do Cachoeira aprova quebra dos sigilos da Delta nacional, mas protetor de Cabral vota contra

Porteira aberta – A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito criada para investigar a teia de relacionamentos do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, aprovou na tarde desta terça-feira (29) requerimentos de autoria dos deputados Onyx Lorezoni (DEM-RS) e Rubens Bueno (PPS-PR) que determinam a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico da empresa Delta Construção em nível nacional.

Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno ressaltou que, a partir dessa medida, a CPI poderá investigar a fundo a Delta, “não apenas no Centro-Oeste, como a comissão havia aprovado anteriormente, mas onde ela estiver”. O parlamentar defendia a ampliação das quebras de sigilo desde o início dos trabalhos da Comissão, protestando quando o colegiado restringiu a devassa a apenas a uma região do País.

Para Bueno, as contas da Delta estão todas contaminadas pelo esquema do contraventor Carlos Cachoeira. “É imprescindível abrir a caixa-preta da Delta nacional para que a CPMI consiga avançar nas suas investigações”, afirmou.

Os parlamentares que participaram da votação do requerimento em questão aprovaram de forma quase unânime, cabendo ao deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP), votar contra. O voto de Vaccarezza faz parte da blindagem que o parlamentar petista garantiu ao governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, em mensagem enviada pelo celular e filmada por um cinegrafista do SBT. “A relação com o PMDB vai azedar na CPI. Mas não se preocupe, você é nosso e nós somos teu [sic]”, escreveu Vaccarezza na ocasião.

Como provaram inúmeras fotos divulgadas na rede mundial de computadores, Cabral Filho e o empresário Fernando Cavendish, antigo proprietário da Delta, mantêm relação de amizade, o que garantiu noitadas nababescas ao governador fluminense em badaladas cidades europeias. Por conta desse acordo de bastidor, a Comissão decidiu adiar para a próxima terça-feira (5) a votação dos requerimentos de convocação dos governadores Marconi Perillo (PSDB-GO), Sérgio Cabral Filho (PMDB-RJ) e Agnelo Queiroz (PT-DF).