CPI quebra sigilos de mulher acusada de intermediar adoções ilegais na Bahia

Mínimos detalhes – A Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara dos Deputados que investiga o tráfico de pessoas aprovou, nesta terça-feira (20), requerimento que pede acesso aos sigilos fiscal, bancário e de dados telefônicos de Carmen Topschall e Bernhard Topschall. O casal é suspeito de intermediar adoções ilegais no município baiano de Monte Santo.

O pedido de quebra de sigilo inclui ainda as empresas que estão em nome dos dois acusados.

Para o presidente da Comissão, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), o acesso aos dados poderá permitir que a comissão esclareça o grau de participação do casal Topschall no episódio de Monte Santo. A mulher é apontada como a pessoa que intermediou a entrega de cinco crianças de uma única família baiana para moradores do estado de São Paulo.

“É preciso conhecer a fundo as atividades dessa mulher, algo que será fundamental para os nossos trabalhos. E vamos investigar isso, porque naqueles casos concretos da Bahia ela está no centro da polêmica”, disse o parlamentar.

Carmen e Bernhard permaneceram em silêncio quando estiveram em audiência pública realizada pela CPI na semana passada em Brasília.

Conselho tutelar

A CPI do Tráfico de Pessoas também aprovou a requisição aos conselhos tutelares de Monte Santo, Euclides da Cunha (BA) e Encruzilhada (BA) de cópias dos livros com registros de casos sobre crianças em situação de risco e quem são os autores destas denúncias. Estes dois últimos municípios também têm casos suspeitos de adoção de menores.

Em depoimento prestado à comissão, no início deste mês, o juiz Vitor Bizerra, que autorizou a guarda provisória de cinco irmãos baianos a uma família de São Paulo disse que as decisões dele em relação ao caso foram tomadas com base nos relatos mostrados pelos conselheiros tutelares.