CPMI da Petrobras: doleiro Alberto Youssef prestará depoimento na próxima quarta-feira

alberto_youssef_07Hora da verdade – Presidente da CPMI da Petrobras, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) informou no início da noite desta quarta-feira (22) que acertou com a Polícia Federal e a Justiça Federal as providências logísticas necessárias para que o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava-Jato, preste depoimento à comissão na próxima quarta-feira (29), às 14h30.

Apontado como um dos líderes do Petrolão, esquema de corrupção que sangrou os cofres da Petrobras, Youseff é acusado de desvio de dinheiro público, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, tendo movimentado bilhões de reais a partir de uma ciranda criminosa que funcionava na estatal, de acordo com investigações da Polícia Federal. Preso na Superintendência da PF em Curitiba, Alberto Youssef fez acordo de delação premiada em troca de benefícios judiciais, o que tem tirado o sono de muitos dos envolvidos no esquema.

A reunião da CPMI foi aberta com protestos de deputados federais da oposição, que suspeitaram do alegado problema de saúde do atual diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, que falaria à comissão nesta quarta-feira. Para os parlamentares, a ausência de Cosenza, justificada por um atestado médico grosseiramente adulterado, foi mais uma manobra rasteira e oportunista do governo do PT para evitar que a comissão avançasse nas investigações faltando poucos dias para o segundo turno da eleição presidencial.

De acordo com o atestado, estranhamente enviado à CPMI pela Petrobras, José Carlos Cosenza teve uma crise de hipertensão, mas inicialmente o documento destaca que o diretor da empresa teve intercorrências, sendo necessário repouso por 48 horas. Na abertura da reunião da comissão, Vital do Rêgo confirmou a existência de dois requerimentos, um do Senado e outro da Câmara, para a prorrogação dos trabalhos da CPI.

Como vem afirmando o ucho.info desde a deflagração da Operação Lava-Jato, em março passado, o número e a extensão dos crimes cometidos pelos envolvidos no esquema exigirão muita paciência por parte dos parlamentares e também da população, pois não será à sombra da pressa que o Brasil se livrará desses bandoleiros que usaram a influência política e a proximidade com o poder para cometer desmandos e ilegalidades diversas.

A Operação Lava-Jato está em seus primeiros capítulos e muitos escândalos ainda hão de surgir com a confirmação das informações prestadas por Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, que já encontra-se em prisão domiciliar por conta de acordo de delação premiada.

No momento em que peixes graúdos da política nacional forem chamados para depor perante a Justiça, por certo o País de dará conta que está diante do maior escândalo de corrupção da história nacional. Possivelmente o julgamento de todos os processos decorrentes da Operação Lava-Jato demandará pelo menos o dobro de tempo gasto pelo Supremo Tribunal Federal com a Ação Penal 470 (Mensalão do PT).

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