Crise econômica: poupança registra, de janeiro a agosto, maior volume de retirada dos últimos 20 anos

poupanca_04Contabilidade negativa – Quando o UCHO.INFO afirma que Joaquim Levy deixará o Ministério da Fazendo no momento em que a grave crise econômica der ao menos um ínfimo sinal de arrefecimento, não o faz com base no achismo, mas, sim, a partir de análises balizadas do cenário da economia nacional, que, é bom lembrar, é dos piores.

Há anos o editor do site alerta para o perigo de uma política econômica desastrada e baseada na fanfarrice oficial, mas nesse período, desde dezembro de 2008, os palacianos se limitaram a nos acusar de torcer contra o Brasil, quando na verdade o nosso papel é o de informar com responsabilidade.

Com a carga tributária nas alturas, a resistência da inflação, a disparada do desemprego, o crescente endividamento das famílias, a queda no consumo e a inusitada desconfiança da população em relação à economia, o que explica o quadro de recessão, a saída para o brasileiro tem sido lançar mão das economias depositadas na caderneta de poupança, a mais popular e confiável aplicação financeira. Diante desse cenário, a poupança vem registrando ao longo dos meses números negativos preocupantes.

De acordo com informações do Banco Central, divulgadas nesta sexta-feira (4), de janeiro a agosto a retirada de recursos superou as aplicações na caderneta em R$ 48,49 bilhões. Trata-se do maior volume de saques para o período desde o início da série histórica, em 1995. O montante também supera, com folga, o valor de toda a entrada de recursos registrada no ano de 2014 (fechado), que alcançou a marca de R$ 24,03 bilhões.

Mês do desgosto

Somente em agosto, a saída líquida (acima do valor dos ingressos) de recursos da caderneta de poupança somou R$ 7,5 bilhões, também o maior valor da série histórica para o mês. De igual modo foi o oitavo mês consecutivo de evasão de recursos da caderneta.

Muitos são os motivos para a retirada das aplicações na caderneta de poupança, como a queda no rendimento e, de forma mais específica, o atraso na antecipação do décimo terceiro salário dos aposentados e pensionistas, que desde 2006 vinham recebendo a primeira parcela em agosto. Neste ano, por conta do plano de ajuste fiscal, a presidente Dilma Rousseff travou verdadeira queda de braços com a equipe econômica para confirmar a antecipação para setembro.

Expectativa de piora

A tendência é que a crise econômica aumente e dure muito mais tempo do que previsto, pois a paralisia do mais corrupto e perdulário governo da história brasileira impede qualquer prognóstico positivo no médio prazo.

Com o governo sendo obrigado a cortar gastos e sem saber como investir o pouco dinheiro que resta, já que 89% do PIB é utilizado para custear a máquina pública, a tendência é de prorrogação da crise que vem tirando o sono dos brasileiros, não sem antes levar muitas empresas a encerrarem suas atividades.

Por outro lado, a desconfiança do consumidor compromete ainda mais a economia, o que causa reflexos imediatos no setor do comércio varejista e na prestação de serviços, mesmo com redução de preços e promoções. Fora isso, os efeitos colaterais começam a patrocinar estragos na indústria de transformação e na indústria de base.

Enquanto a economia verde-loura balança no despenhadeiro da crise, a presidente Dilma Rousseff insiste em afirmar que em breve o país voltará a crescer e que o momento atual é de travessia.

Como disse certa feita um conhecido e gazeteiro comunista de boteco, “nunca antes na história deste país”. E PT saudações!

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