Crise: número de desempregados no País chega a 11,1 milhões e anula palavrório ufanista de Dilma

desemprego_1001

Quando discursa para defender o próprio mandato e rotular o processo de impeachment como golpe, a ainda presidente Dilma Rousseff não se avexa ao afirmar que sua saída do posto poderá representar a perda das conquistas e dos direitos dos trabalhadores, como se o seu governo tivesse feito algo em prol da classe laboral e o de Michel Temer pudesse desrespeitar a legisla vigente.

Se há no cenário político atual alguém que prejudicou sobremaneira o trabalhador brasileiro, Dilma com certeza é a primeira da fila. No momento em que a presidente da República deu continuidade à desastrada política econômica adotada por Lula no segundo mandato e colaborou sobejamente para que a economia piorasse ainda mais com o passar dos anos, a presidente decretou com antecedência o calvário do trabalhador, que agora convive com alguns fantasmas, dentre eles o assustador desemprego.

De acordo com dados divulgados na manhã desta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), O desemprego ficou em 10,9% no primeiro trimestre deste ano, Trata-se da maior taxa desde o início Pnad Contínua, em 2012.

No trimestre encerrado em dezembro, o desemprego alcançou a marca de 9%, sendo que no primeiro trimestre de 2015 registrou 7,9%. O aumento da taxa de desocupação, segundo o IBGE, é reflexo da “alta expressiva da desocupação, redução da ocupação e aumento da força de trabalho”.

O contingente de pessoas desocupadas cresceu 22% em relação ao trimestre anterior (outubro a dezembro) e chegou a 11,1 milhões de desempregados, índice calculado a partir dos que procuram uma vaga de trabalho e não encontram. Ou seja, há de se adicionar a essa massa aqueles que desistiram de procurar trabalho por conta da dificuldade crescente ou não querem.


A situação piora quando o resultado atual da Pnad é comparado com o do primeiro trimestre de 2015: a alta no desemprego chega a 39,8%. Para fermentar ainda mais o que já está estragado, o desemprego deve aumentar ainda mais no rastro dos efeitos colaterais de uma crise econômica que não para de crescer.

Em outro vértice do levantamento do IBGE, a população ocupada, atualmente em 90,6 milhões de pessoas, encolheu 1,7% na comparação com o trimestre encerrado em dezembro de 2015. Ante o primeiro trimestre do ano passado, o recuo é de 1,5%.

O número de pessoas empregadas com carteira assinada também caiu e chegou a 34,6 milhões de trabalhadores. Em relação a dezembro passado, o recuo foi de 2,2% e sobre os primeiros três meses de 2015, de 4%. Não bastasse esse cenário desanimador, há no País pelo menos 60 milhões de pessoas que não trabalham e não estudam, os chamados “nem, nem”.

Para quem ainda acredita no futuro, o que obrigatoriamente depende da educação, 85% dos estudantes brasileiros estudam em escolas públicas, cuja qualidade do ensino deixa muito a desejar. Em outras palavras, pensar no amanhã é antecipar o pesadelo de acreditar que o Brasil pode dar certo.

apoio_04