Debate entre candidatos à prefeitura de SP foi enfadonho, mas tranquilizou os brasileiros de bem

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Quem acompanhou o último debate, antes do primeiro turno das eleições municipais, entre os candidatos à prefeitura da maior cidade brasileira, São Paulo, não demorou a perceber que foi uma enorme perda de tempo. Diante da incerteza de quem será o candidato a enfrentar o tucano João Doria no segundo turno, a briga ficou concentrada entre Celso Russomanno (PRB), Marta Suplicy (PMDB) e Fernando Haddad (PT), que tenta a reeleição.

Os paulistanos que esperavam um encontro esclarecedor acabaram decepcionando-se, pois sobraram pegadinhas e provocações de parte a parte. Uma combinação evidente também deu o tom do debate, a de Doria com Marta, sempre com o objetivo de estocar o petista Haddad.

O ponto mais modorrento do debate ficou por conta da deputada federal Luiza Erundina, candidata do PSOL, que participou do encontro a reboque de uma ideologia esquerdista ultrapassada, em que o Estado necessariamente precisa ser cada vez maior.

Erundina criticou a proposta do governo federal de reforma do ensino médio por meio de medida provisória, mas esqueceu-se de um detalhe importante: a pauta da noite de quinta-feira (30) era a capital paulista, não os assuntos políticos que movimentam Brasília.

Erundina fez questão de insistir no assunto, lembrando que seu partido ingressou no Supremo Tribunal Federal com Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) para contestar a MP. Contudo, é preciso lembrar que esse não é um assunto que cabe ao STF decidir.


No momento em que o PT desidrata de forma veloz como liderança da esquerda nacional, os outros partidos que rezam pela mesma cartilha mostraram-se despreparados para assumir o comando do bloco político, pois as propostas são cada vez mais radicais e retrógradas, cenário que não combina com o desejo da nação e a realidade global.

O Estado brasileiro, como um todo, está quebrado em termos práticos, por isso são importantes e necessárias as parcerias com o setor privado, que deve ser remunerado de acordo com os respectivos investimentos. Como para os esquerdistas, pelo menos no discurso, o lucro é o maior dos pecados, o País caminharia ainda mais na direção do atraso se um representante desse grupo se instalasse no Palácio do Planalto.

Deixando de lado as rusgas e provocações político-eleitorais, o debate entre os candidatos ao trono da Pauliceia Desvairada teve pelo menos um ponto positivo. Ficou claro no encontro dos postulantes ao cargo que, por enquanto, o Brasil não corre o risco de se transformar em versão tropical da Grécia ou da Espanha, onde, no momento, reina o radicalismo míope do Syriza e do Podemos, respectivamente.

Esse sinal também foi repetido nos debates entre os candidatos às prefeituras do Rio de Janeiro e de Porto Alegre, graças à utopia ideológica de Jandira Feghali (PCdoB) e Luciana Genro (PSOL).

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