Debate sobre programa nuclear do Irã se prolonga pela madrugada

(Brendan Smialowski - Reuters)
(Brendan Smialowski – Reuters)
Hora extra – A queda de braço entre as potências internacionais e Teerã sobre o programa nuclear iraniano se prolongou durante a madrugada em Lausanne, um dia após a expiração do prazo para a conclusão de um acordo. Os chefes da diplomacia da Alemanha e dos Estados Unidos decidiram continuar na cidade suíça até esta quinta-feira (2) numa tentativa de chegar a um consenso.

O prazo para se a chegar a um acordo expirou na noite de terça-feira (31), mas diante do impasse, os representantes do chamado grupo dos 5+1, formado por Estados Unidos, Grã-Bretanha, Rússia, China, França e Alemanha, além do Irã, preferiram continuar as discussões, que se prolongaram na quarta-feira e vararam a madrugada de quinta-feira. Teerã e as grandes potência se acusam mutuamente de bloquear o processo e o chefe da diplomacia alemã, Frank-Walter Steinmeier, já admitiu que há um risco de fracasso nas discussões.

O representante de Berlim, assim como o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, decidiram passar mais uma noite em Lausanne. Já o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, que estava em Paris, voltou para a cidade suíça para prosseguir os debates.

Irã pede mobilização internacional

O chefe da diplomacia iraniana, Mohammad Javad Zarif, declarou à imprensa que as grandes potências devem se mobilizar, e não Teerã. “O progresso e o sucesso das discussões depende da vontade política da outra parte (…) e sobre isso sempre tivemos um problema”, comentou o ministro.

Já Washington incita Teerã a agir. “Chegou o momento do Irã tomar decisões”, declarou o porta-voz da presidência norte-americana, Josh Earnest.

As partes envolvidas não chegam a um consenso sobre as modalidades para o fim das sanções internacionais impostas contra Teerã e sobre a duração do controle internacional das atividades nucleares iranianas.

Os países do G5+1 querem que seja previsto um mecanismo segundo o qual as sanções poderiam ser reinstauradas caso Teerã não cumpra com o tratado. A opção é rejeitada por Teerã e conta com o apoio explícito de Moscou e Pequim. (Com RFI)

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