Impeachment: defesa de Dilma mescla desespero político com decadência intelectual

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Ultrapassou, há muito, as fronteiras do suportável a postura quase suicida dos obedientes defensores de Dilma Rousseff na Comissão Especial do Impeachment do Senado. O brasileiro de bem não mais aguenta ouvir a cantilena de que impeachment é golpe, pois o pedido de afastamento da ainda presidente da República está embasado em leis claras e incontestáveis. Da mesma forma, os brasileiros não mais aguentam ouvir que Dilma não cometeu crime de responsabilidade.

Que a presidente será afastada, mesmo que temporariamente, todos sabem, assim como sabem os cidadãos que a sua insana defesa perdurará até o último instante, sem respeitar a paciência de uma sociedade cansada de discursos vazios e ufanistas, sempre recheados com a má intenção que marca a corrupção.

A exemplo do que prometeu, o advogado-geral da União, José Eduardo Martins Cardozo, protocolou nesta segunda-feira (2), na Comissão, um documento de arguição da suspeição do relator do caso, senador Antonio Anastasia, Esse movimento por parte da defesa de Dilma tem como justificativa o fato de Anastasia ser filiado ao PSDB. Nada disso aconteceria se o relator fosse petista. Esse tipo de argumento não apenas ultraja a interpretação da lei, mas é sinal inequívoco do grau de desespero em que se encontra o governo, a presidente e seus aduladores de plantão.

Não há dúvidas de que o embate que se trava na Comissão do Impeachment é eminentemente político, mas é preciso respeitar o bom senso e a paciência daqueles que acompanham o processo. Entre defender a presidente da República e querer impor à força o entendimento petista acerca do processo há uma enorme diferença. Ademais, essa postura da bancada governista serve apenas para piorar a difícil situação de Dilma junto à opinião pública.

Não bastasse o argumento rasteiro de que o relator é filiado ao PSDB, a tropa de choque do governo acusa a advogada Janaína Paschoal de ter recebido R$ 45 mil por um parecer acerca do primeiro pedido de impeachment de Dilma Rousseff. Não importa aos petistas o fato de esse pagamento ter sido feito antes de a advogada ser convidada para assinar o pedido de impedimento da presidente da República.

Aliás, se o PSDB pagou por um parecer de Janaína Paschoal, agiu na contramão do que faz a presidente Dilma Rousseff, que ao entregar a sua defesa ao advogado-geral da União faz uso da máquina federal em benefício próprio. Um escárnio típico de países pouco civilizados e onde impera o totalitarismo. A AGU, como revela o próprio nome, deve zelar pelos interesses da nação, que em sua extensa maioria não quer a permanência de Dilma no poder.


O discurso petista é de tal modo obtuso, que o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) não faz outra coisa na Comissão Especial, que não criticar o projeto “Uma ponte para o futuro”, base de eventual governo do peemedebista Michel Temer.

Lindbergh, ao condenar o tal projeto, afirma que o mesmo representa o fim dos direitos trabalhistas, a débâcle de uma política externa diferente e a entrega do pré-sal às multinacionais. O senador petista afirma também que, se consolidado o afastamento de Dilma, a história mostrará mais adiante que houve no Brasil Momento uma ruptura da ordem institucional.

O Brasil é uma democracia – e tem condições plenas para continuar como tal – e isso dá a Lindbergh Farias o direito de dizer o que bem quiser. O senador só não pode esquecer que o seu partido, o PT, que já foi comparado a uma organização criminosa, foi protagonista do maior escândalo de corrupção de todos os tempos, o Petrolão, do qual o próprio parlamentar se beneficiou. O Petrolão colaborou de forma maiúscula para que a Petrobras se transformasse na empresa mais endividada do planeta. Sendo assim, não cabe o discurso de que o pré-sal será entregue a empresas internacionais, pois isso já acontece com a anuência do próprio PT.

No tocante ao fim dos direitos trabalhistas, o discurso do senador fluminense é uma sonora inverdade, pois nada, nos últimos tempos, foi mais desastroso para os trabalhadores brasileiros do que a política econômica adotada por Dilma Rousseff. Os investimentos do governo despencaram, a inflação voltou com força, o poder de compra dos salários foi corroído, o desemprego aumentou e a economia entrou em movimento contínuo de queda. Portanto, falar no fim dos direitos trabalhistas é postura típica de golpista de plantão.

Sobre a política externa deflagrada pelos governos do PT, nada pode ter sido pior em termos de diplomacia. A política externa petista priorizou o viés ideológico, colocando o Brasil alinhado com ditaduras socialistas disfarçadas de democracias que punem os adversários com medidas truculentas e que ferem os direitos humanos. Nicolás Maduro, Evo Morales e Fidel Castros são bons exemplos desse banditismo comunista que começa a perder força na porção sul do continente. Dizer que política externa com base no viés ideológico é diferente é sinal de deficiência intelectual, algo que Lindbergh Farias domina com impressionante maestria.

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