Delator revela que Gleisi recebeu “pixulecos” dos Correios, que era comandado pelo marido da senadora

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Ex-vereador pelo PT e preso na Operação Lava-Jato, Alexandre Romano, o “Chambinho”, explicou ao Ministério Público Federal como foi irrigado o caixa 2 da campanha de Gleisi Helena Hoffmann ao governo do Paraná em 2014. Em sua delação, o petista disse que uma de suas prestadoras de serviço obteve contrato com os Correios. A informação é da jornalista Vera Magalhães, da coluna Radar, da revista Veja.

Posteriormente, segundo “Chambinho”, a empresa firmou contrato fictício com um advogado que repassou 600 mil reais para Leones Dall’Agnol, ex-chefe de gabinete da senadora e do seu marido, o também petista Paulo Bernardo da Silva. Dall’Agnol também foi coordenador de campanha de Gleisi ao governo do Paraná em 2014.

No período em que Gleisi disputou – e perdeu (ficou em 3º lugar com 14% dos votos) – o governo do Paraná em 2014, o cônjuge Paulo Bernardo era o ministro das Comunicações, a quem a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos está subordinada.

Para tentar se defender da acusação, a senadora lançou mão da tática petista do “eu não sabia”, acrescida de sua variante “eu não conhecia”. Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou à revista Veja que não conhece Alexandre Romano, que, em depoimento ao Ministério Público Federal, afirmou que o contrato com os Correios foi usado para alimentar o caixa 2 da campanha da petista em 2014.

“Nunca vi esse Chambinho. Se ele tinha algum contato com o coordenador da minha campanha, eu desconhecia completamente”, disse Gleisi à jornalista Vera Magalhães da coluna Radar na Veja.


Gleisi afirmou que não teve acesso ao depoimento do ex-vereador de Americana (SP), que a cita no depoimento e disse que hoje não tem mais contato com Leones Dall’Agnol, ex-chefe de gabinete dela e do marido, o também ex-ministro Paulo Bernardo (PT), a quem “Chambinho” afirmou ter repassado R$ 600 mil.

A grande questão em mais um imbróglio na seara de Gleisi helena Hoffmann é que as escusas, como sempre ocorrem no universo petista, acabam reforçando as delações. Romano certamente não assumirá isoladamente a culpa de um ato cometido por vários “companheiros”, o que reforça sobremaneira a possibilidade de novos atos ilícitos serem revelados em breve.

A situação política da senadora paranaense piora a cada dia, mas causa espécie a postura do Senado Federal, que até agora não abriu procedimento para decidir se cassa o mandato da petista por quebra de decoro parlamentar. Por muito menos, o então deputado federal André Vargas Ilário, também amigo de Gleisi e Paulo Bernardo, perdeu o mandato e agora cumpre pena no Complexo Médico-Penal de Pinhais, na Grande Curitiba.

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