Demissão de estabanado assessor da Casa Branca pode levar a investigação do Congresso sobre Trump

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Nada pode ser mais patético na seara da política do que o governo de Donald Trump, que começa a se despir da fantasia de senhor supremo do universo. Agindo nas últimas três semanas como verdadeiro aprendiz, Trump é o que se pode chamar de fulanização do fiasco quando o assunto é equipe de assessores.

A demissão do chefe do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Michael Flynn, menos de um mês após a posse, foi suficiente para o Congresso norte-americano questionar a relação do governo Trump com Moscou. Esse tosco episódio elevou a pressão de senadores democratas e republicanos para deflagrar investigações sobre o assunto.

Depois de negar conversa telefônica com autoridades russas logo após a eleição de Trump, em que foi tratada a suspensão de sanções a Moscou, Flynn foi obrigado a pedir demissão na noite de segunda-feira (13). A motivação maior do pedido de demissão foi uma informação do Departamento de Justiça sobre possível vulnerabilidade de Flynn em relação a eventual chantagem do Kremlin.

Porta-voz de Trump, o hilário Sean Spicer afirmou que presidente foi informado acerca da suspeita. Mesmo depois do alerta do Departamento de Justiça, Flynn continuou participando dos encontros diários do Conselho de Segurança Nacional, que discute assuntos confidenciais e sigilosos.


Segundo o porta-voz, que já serve de inspiração para humoristas norte-americanos, assessores jurídicos da Casa Branca concluíram que a ação de Flynn não foi “ilegal” ou “imprópria”. A saída, segundo Spicer, teria sido motivada pela quebra de confiança que ficou evidente no relato mentiroso sobre o tal telefonema.

A conversa de Michael Flynn foi grampeada pelo FBI e seu teor era diferente do que o demissionário havia admitido. Inicialmente, Flynn negou ter debatido com o embaixador as sanções impostas à Rússia em dezembro passado por Barack Obama, punição decidida após o surgimento de indícios de interferência russa na recente eleição presidencial americana.

Como se a memória de um assessor de segurança da maior potência global pudesse ser falha, Flynn afirmou, dias depois do entrevero, que não estava certo de que o assunto das sanções fez parte da conversa com o diplomata russo.

Para quem sugeriu que Hillary Clinton deveria ser presa por ter usado um servidor privado de e-mails enquanto secretária de Estado dos EUA, Trump é uma ode à imbecilidade.

Se o Congresso americano insistir no tema, o que deve acontecer, Donald Trump terá sérios problemas políticos pela frente, correndo o risco de, inclusive, ser alvo de um processo de impeachment. Até porque, questões de segurança são tão primordiais quanto invioláveis para os EUA.

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