Depois da “Comissão da Meia Verdade”, Rossetto quer repetir a dose com sindicatos e sindicalistas

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O Brasil afunda na mais grave crise de sua história, mas o governo desqualificado de Dilma Rousseff, a ainda presidente, dedica-se a temas que não mudam a carestia enfrentada pelos brasileiros no cotidiano. Nesta segunda-feira (2), o Ministério do Trabalho e da Previdência Social anunciou a criação de uma comissão da verdade para “investigar intervenções em sindicatos e prisões de sindicalistas” que tenham ocorrido entre 1946 e 1995.

De acordo com a pasta, comandada pelo petista
Miguel Rossetto, a criação da comissão atende a pedido feito por nove centrais sindicais e será formalizada com decreto a ser assinado) pelo ministro.

Diante do iminente afastamento de Dilma Rousseff, que acontecerá dentro de no máximo dez dias, o ministro assinará também decreto que reformula o Conselho Nacional do Trabalho, instância consultiva para políticas do governo relacionadas ao trabalho, e apresentará proposta de reestruturação do Sistema Nacional de Emprego (Sine). Ou seja, o governo terminal do PT quer dificultar a administração de Michel temer, sob a desculpa de ampliar a proteção aos trabalhadores e desempregados.

Dilma, incompetente como sempre, adotou uma política econômica estapafúrdia que arruinou o País, provocando alta da inflação, quebra de empresas e disparada do desemprego, mas no apagar das luzes surge com mais uma invencionice típica de bandoleiros comunistas.

A decisão de criar uma comissão para apurar fatos ocorridos no âmbito dos sindicatos é fruto do relatório final da Comissão Nacional da Verdade, que durante dois anos investigou crimes ocorridos durante a ditadura militar (1964-1985). O relatório, que trata apenas das verdades que interessam aos criminosos que se instalaram no poder com o objetivo de lá permanecer durante décadas, revelou que 536 sindicatos estiveram sob intervenção no período de 1964 e 1970.


Essa intervenção se deu porque os sindicatos eram redutos do golpe comunista que acabou sufocado por intervenção dos militares. O documento produzido pela “Comissão Nacional da Meia Verdade” também destaca que “trabalhadores e seu movimento sindical constituíram o alvo primordial do golpe de Estado de 1964, das ações antecedentes dos golpistas e da ditadura militar.”

“O confronto de diferentes levantamentos a respeito de mortes, por diferentes causas, incluindo execuções, e desaparecimentos forçados de trabalhadores urbanos no país, entre 1964 e 1988, permite concluir a ocorrência de um total de 114 casos de trabalhadores como vítimas, sendo 35 sindicalistas.” Ainda de acordo com o relatório da Comissão, “é certo que houve mortes e desaparecimentos anteriores, no período 1946-1964.”

A essência golpista do governo que entrou em seu epílogo é tão evidente e clara, que qualquer tema serve para demonstrar à sociedade o que a História já revelou. Querer ampliar o espectro do levantamento sem determinar o objeto e o período é golpe de amadores.

Em relação aos fatos ocorridos nos sindicatos, só vale a investigação se mortes ou crimes de tortura forem devidamente comprovados, desde que de parte a parte. Do contrário, será um movimento de caça às bruxas, sem que haja razão para tanto.

A decisão anunciada nesta segunda-feira pelo Ministério do Trabalho é inócua e funciona como último grito frouxo de resistência dos integrantes de um governo que desmoronou à sombra da corrupção desenfreada e da incompetência avassaladora.

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