Deputados cobram investigação do escândalo de pagamento de propina a assessores do ministro Mantega

corrupcao_17Chave de cadeia – A prisão dos condenados na Ação Penal 470 (Mensalão do PT) ocupou o noticiário nacional, deixando no limbo do esquecimento outros escândalos de corrupção, mas é preciso recolocar na pauta do cotidiano o caso do Ministério da Fazenda, onde assessores do ainda ministro Guido Mantega cobraram propina de empresa de assessoria de imprensa contrata pela pasta.

O esquema foi denunciado por Anne Paiva, ex-secretária da empresa Partners, que afirmou ter entregado R$ 60 mil em dinheiro ao chefe de gabinete de Mantega, Marcelo Fiche, e ao seu substituto, Humberto Alencar. Fora isso, a denunciante revelou detalhes sobre funcionários fantasmas “mantidos” no gabinete do ministro da Fazenda.

De acordo com a secretária da assessoria de imprensa, o diretor da empresa que prestava serviços para o ministério, Vivaldo Ramos, fez pelo menos quatro depósitos em sua conta bancária e pediu para que sacasse o dinheiro e entregasse aos assessores de Mantega. Documentos mostram que a Partners mantinha na relação de funcionários alguns jornalistas que prestavam serviços para outros órgãos e não para o Ministério da Fazenda. Em média, a empresa recebe R$ 329 mil mensais da pasta e afirma gastar R$ 105 mil com salários. Na realidade, os documentos revelam que a empresa gastou apenas R$ 63.700 com salários.

Trata-se de mais um escárnio com a chancela do Partido dos Trabalhadores, o que anula todos os discursos proferidos nos últimos dias em defesa dos mensaleiros presos no complexo penitenciário da Papuda, em Brasília. O mais ousado e ridículo desses discursos coube ao deputado José Nobre Guimarães, irmão de Genoino e líder do PT na Câmara. Mentor intelectual do escândalo dos dólares na cueca, Guimarães disse, entre tantas coisas, a que o PT não é um partido corrupto. É preciso concordar com José Nobre, pois a história recente do País lhe cobre de razão.

Partidos de oposição se movimentam no Congresso Nacional desde que a revista Época noticiou o caso. Líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio criticou o que chamou de “mais um escândalo envolvendo o governo do PT” e afirmou que irá “acompanhar com lupa a investigação e cobrar resultados”.

No Senado, o líder tucano, Aloysio Nunes Ferreira, protocolou requerimentos pedindo informações à pasta sobre o contrato com a Partners e convidando os envolvidos a prestar esclarecimentos. Além disso, há indícios de que o contrato era superfaturado.

Em qualquer país minimamente sério e com autoridades responsáveis, os assessores de Guido Mantega já estariam demitidos, com os bens indisponíveis e alvo de inquérito policial, correndo o risco de serem condenados e presos. O Brasil não mais suporta escândalos de corrupção, que por conta da impunidade patrocinada pelo PT aumentaram de forma assustadora na última década.