Deputados defendem afastamento imediato de Eduardo Cunha; tucanos ficam em cima do muro

eduardo_cunha_07Cortina de fumaça – Engana-se quem pensa que o pedido de afastamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), firmado por 35 parlamentares, é um ato em prol da ética na política. Na verdade, o que se busca com esse pedido é não desperdiçar a oportunidade de mais uma vez ludibriar parte da opinião pública, que continua acreditando ser a classe política sua digna representante.

Marcado pelo oportunismo desmedido, como já noticiou o UCHO.INFO, o movimento contra Cunha é um misto de revanchismo petista com chance inesperada de partidos nanicos ganharem os holofotes. Sem esse episódio fabricado, tais legendas continuariam sendo dragadas pela inanição política.

O que pode parecer uma análise em favor do presidente da Câmara é, sim, uma radiografia da verdade que impera nos bastidores do poder. Dos 35 deputados que assinaram o pedido de afastamento, a maioria é do PT, partido que concordou com a instalação na Petrobras do maior esquema de corrupção que se tem notícia, o Petrolão. Ademais, o Partido dos Trabalhadores foi flagrado na Operação Lava-Jato em vários escândalos, como já noticiou este site.

Quando o assunto é política, pensar em amadores ou benevolência desmedida é algo proibido. Sem contar que o exercício da política exige dinheiro de sobra. De tal modo, o manifesto de parlamentares em favor do afastamento de Cunha é obra do oportunismo, mesmo sabendo que no momento em que o Supremo Tribunal Federal aceitar a denúncia formulada pelo procurador-geral a pressão política sobre o presidente da Câmara aumentará sobremaneira.

Por enquanto, Eduardo Cunha está teoricamente blindado, algo que só é possível por causa do apoio do PSDB, partido cujos integrantes enchem o peito para falar em ética e moralidade na política. A posição do tucanato diante do calvário de Cunha é no mínimo bisonha, pois em breve ficará insustentável o apoio a alguém que será réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

É fato que Eduardo Cunha continuará gozando da presunção da inocência até o trânsito em julgado de eventual sentença condenatória, mas não se pode adotar um discurso diferente apenas porque o presidente da Câmara é um dos principais aríetes apontados na direção do Palácio do Planalto.

A postura pífia e acovardada do PSDB é tamanha, que o presidente nacional do partido, senador Aécio Neves (MG), cometeu o disparate de dizer que o imbróglio envolvendo Cunha é um assunto interno da Câmara. O País está preocupado com o presente, que exige a derrocada imediata do governo petista, mas é preciso pensar no Brasil de amanhã. E no cenário atual inexistem nomes capazes de tirar o Brasil do atoleiro e levá-lo adiante.

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