Diagnóstico do governo sobre déficit adicional de R$ 58 bilhões confirma matérias do UCHO.INFO

Desde o início do recuo da inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o UCHO.INFO vem afirmando, de forma insistente, que o movimento nem de longe é reflexo de alguma medida adotada pelo governo para estimular a economia, mas da queda acentuada no consumo. Em outras palavras, a crise alcançou patamar tão preocupante e perigoso, que o IPCA começou a derreter no rastro da estagnação econômica.

Nesse período, especialistas das mais distintas correntes e palacianos de todos os naipes comemoraram o seguido declínio da inflação, como se o governo de Michel Temer tivesse encontrado a fórmula mágica para desatar o nó que tomou conta da economia. Tomando por base o fato de que no Palácio do Planalto inexistem profissionais do milagre, insistimos na nossa leitura sobre a realidade da economia verde-loura, apesar das críticas recebidas.

Na quarta-feira (22), o ministro Henrique Meirelles, da Fazenda, acenou com a possibilidade de aumento de impostos para evitar que o rombo fiscal de 2017 não ultrapasse os já oficializados R$ 139 bilhões. De acordo com a equipe econômica, um desajuste adicional de R$ 58,2 bilhões vem tirando o sono dos palacianos, o que significa tempos difíceis mais adiante.


Integrantes do governo devem definir, até o final de semana, a solução para esse fantasma que ronda o déficit fiscal. Se nada for feito, o rombo nas contas do governo poderá encerrar o ano em R$ 200 bilhões. A saída anunciada pode ser uma faca de dois gumes, pois em economia recessiva o aumento de impostos às vezes tem efeito reverso. Sem contar que a elevação de alguns tributos deve comprometer ainda mais o consumo interno, ao mesmo que em algum momento há de impactar nas exportações.

Pois bem, se o governo Temer não investe como prometido, a economia não desperta como esperado e o consumo despenca de forma assustadora, a consequência imediata é a queda na arrecada tributária. Essa é a explicação de integrantes da equipe econômica para o rombo adicional nas contas federais e a eventual elevação de impostos. Em outras palavras, nossa leitura sobre o cenário econômico foi acertada.

Em vez de penalizar mais uma vez o contribuinte, o governo deveria buscar alternativas para cobrir o rombo no caixa oficial. A solução mais lógica é o corte de despesas, algo que os próceres do Palácio do Planalto sequer consideram, pois o maciço apoio ao governo no Congresso Nacional se dá à sombra do escambo, o que exige a manutenção de uma máquina governamental inchada e perdulária.