Arrumando gavetas – Se existe inferno astral não política, a presidente Dilma Rousseff está no meio de um tremendo furacão. De acordo com pesquisa encomendada pela Confederação Nacional de Transportes à agência MDA, a petista atingiu a pior avaliação positiva desde outubro de 1999.
Segundo os dados divulgados nesta segunda-feira (23), o governo da presidente Dilma é avaliado positivamente por 10,8% dos entrevistados, em comparação a 8% alcançados no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Apenas 1,9% considerou o governo Dilma como “ótimo” e 8,9% dos entrevistados o avaliaram como “bom”. Para 23,6% dos entrevistados, a administração Dilma é “regular”, de acordo com a CNT/MDA.
A mesma pesquisa mostra que a avaliação negativa do governo Dilma está em 64,8%, o mais elevado índice desde setembro de 1999, quando os levantamentos eram feitos pelo CNT e o instituto Vox Populli.
Dos entrevistados na pesquisa atual, 19,2% disseram que o governo Dilma é “ruim” e 45,6% afirmaram que ele é “péssimo”. A porcentagem dos consultados que não souberam ou não responderam é de 0,8%. Foram entrevistadas 2.002 pessoas em 137 municípios do País, entre os dias 16 e 19 de março de 2015.
Calvário rouge
Também houve aumento expressivo da desaprovação do desempenho pessoal de Dilma Rousseff à frente do governo. A desaprovação atingiu 77,7% e a aprovação está em 18,9%, enquanto 3,4% não souberam ou não responderam.
O último levantamento CNT/MDA sobre a popularidade da presidente foi feito em setembro de 2014, quando a avaliação positiva do governo estava em 41% e a negativa, em 23,5%. Já o desempenho pessoal da petista, naquele momento, era aprovado por 55,6% dos consultados e desaprovado por 40,1%.
Olho da rua
Senador pelo Democratas de Goiás e líder da legenda no Senado Federal, Ronaldo Caiado comentou a recente pesquisa CNT/MDA e defendeu a renúncia como melhor saída para a crise institucional no País.
“A pesquisa revela que nove em cada dez brasileiros não aprovam o governo. Não podemos mais ter medo de discutir medidas definitivas, como a renúncia de Dilma e a antecipação de novas eleições. É isso que se espera de uma estadista que pense no Brasil e não no projeto de seu partido. A sua renúncia seria o mínimo diante de resultados tão negativos”, afirmou Caiado em entrevista a jornalistas no salão azul do Senado.
O balanço revelou também que 68,9% creem que a petista é culpada pelo Petrolão, 67,9% também culpam Lula pelo escândalo; 66,9% não acreditam que Dilma conseguirá superar a crise e 59,7% são favoráveis ao impeachment.
“Esses números aliados à instabilidade econômica e ao agravamento das questões sociais são fatores determinantes para que um governante abra mão da sua posição e convoque novamente a população para ser ouvida. Estamos sob o risco de um agravamento da crise em proporções inimagináveis, levando inclusive a um processo de desobediência civil. A presidente não representa mais aquilo que a população deseja”, analisou.