Dilma destila no Senado a desconexão do pensamento e reforça a necessidade do impeachment

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No intervalo da sessão dedicada à defesa de Dilma Rousseff, no âmbito do processo de impeachment, alguns integrantes da tropa de choque da petista abusaram do “non sense” e afirmaram que os senadores estavam com medo da presidente afastada. Essa declaração é da lavra dos petistas Lindbergh Farias (RJ) e Gleisi Helena Hoffmann (PR), o que não causa surpresa.

Tal declaração serviu para emoldurar a esvaziada tese de que é possível reverter o quadro atual e barrar o impeachment, o que não é verdade. Gleisi e Lindbergh confundem lhaneza por parte dos senadores com eventual medo dos parlamentares favoráveis ao impeachment que fizeram questionamentos à presidente afastada. Como no PT tudo se resolve à base da “botinada”, um gesto de cavalheirismo chega a assustar os “companheiros”, que nos últimos dias agarraram-se às confusões como forma de postergar o resultado do julgamento.

Sem convencer os senadores e arrumando as mais distintas desculpas para a própria incompetência, Dilma não levou ao plenário do Senado qualquer novidade que pudesse barrar o processo de impedimento. Em outras palavras, Dilma repetiu diante dos seus julgadores aquilo que a tropa de choque fez nos últimos meses: negando a existência de crime de responsabilidade e falando em golpe. Fora isso, a petista repete no plenário do Senado o que fez todas as vezes em que teve de dar explicações: respostas vazias e desconexas, que nem de longe responde às perguntas.

Que Dilma sofre de desconexão do raciocínio todos sabem, mas no plenário do Senado a petista foi longe. Questionada sobre as pedaladas fiscais, Dilma delirou: começou falando do Plano Safra e do Banco do Brasil, mas em seguida pulou para o Porto de Mariel, depois levou seu discurso até a África e em seguida retornou a Cuba. Para quem havia prometido fazer um discurso histórico, a presidente afastada só confirma a necessidade de ser mandada de volta para casa.


O aludido medo dos senadores diante da presença de Dilma é uma sandice tão absurda, que logo após a suspensão da sessão o placar a favor do impeachment era o mesmo. Em suma, Dilma foi ao Senado para prorrogar a agonia dos brasileiros, que não mais suportam aguardar pelo resultado do processo. Mas era preciso não apenas dar mais essa nesga de direito à ampla defesa, mas permitir que o documentário sobre o impeachment não fugisse do script original. E haja paciência!

Dilma afirmou – e continua insistindo nesse tópico – que foi eleita por 54 milhões de votos e que a cassação de um mandato pelo conjunto da obra só pode se dar pela vontade popular. Contudo, esquece a presidente afastada que dois terços dos brasileiros querem a sua saída, seja pela crise, pela corrupção ou pelos crimes de responsabilidade. Até mesmo aliados reconhecem que Dilma não tem condições de retornar ao Palácio do Planalto.

A insistência de Dilma na cantilena do golpe pode lhe custar caro. Isso porque a petista disse em seu pronunciamento que, confirmado o impedimento, recorrerá às instâncias superiores. Isso significa dizer que a defesa de Dilma recorrerá, em seguida, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Considerando que até agora o STF não impugnou a tramitação do processo de impeachment, o que significa dizer que tudo acontece dentro da legalidade e da constitucionalidade.

Estivesse ocorrendo no Brasil um golpe de Estado, Dilma não estaria se defendendo diante dos senadores. Como o Brasil continua sendo uma democracia, a despeito do desejo da bandoleira esquerda nacional, a petista foi submetida a um legítimo processo de impeachment.

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