Dilma entrega equipamentos a municípios que quebraram no vácuo do programa de redução de IPI

dinheiro_39Muito para nada – Enquanto a população se distrai com os desdobramentos do amontoado de escândalos que açoita a Petrobras, o governo continua paralisado, mas Dilma Rousseff, a presidente, não interrompeu a sua campanha pela reeleição. Tudo pago com o suado dinheiro do contribuinte, contrariando os pretéritos discursos do PT nos tempos de oposição, quando criticava duramente os adversários pelo uso da máquina estatal.

Dilma tem procurado se fazer presente no território político de seus oponentes na corrida presidencial de outubro próximo, mas também não deixa de bater ponto em locais em que companheiros de concorrerão aos governos estaduais. Nessa peregrinação ilegal, que o Tribunal Superior Eleitoral finge não enxergar, a presidente tem se dedicado ao populismo barato, sem deixar transparecer a paralisia do governo e a grave crise econômica que chacoalha o País.

Nas muitas viagens que tem feito de norte a sul, Dilma Rousseff tem se dedicado a entregar máquinas e equipamentos a prefeitos, como se isso pudesse impulsionar o Brasil, que cada vez mais se aproxima do despenhadeiro da crise. Entre o ato da entrega desses equipamentos e a real utilização dos mesmos por parte dos municípios há um abismo recheado de contradições. Situação que os palacianos se empenham para evitar que venha a público, o que comprometeria ainda mais a imagem de um governo perdido e paralisado.

Em muitos casos, a entrega de máquinas é um ato inócuo, pois muitas prefeituras em todo o País estão locando os equipamentos por falta de recursos para utilizá-los. Ou seja, Dilma, por questões meramente eleitorais, vem presenteando com osso aqueles que não têm dentes. A explicação para esse cenário é muito simples e já se sabia que isso aconteceria cedo ou tarde.

No momento em que o então presidente Luiz Inácio da Silva, em dezembro de 2008, ocupou os meios de comunicação para implorar aos brasileiros que mergulhassem no consumo como forma de evitar os efeitos colaterais da crise internacional, classificada à época pelo petista como “marolinha”, o ucho.info insistiu em alertar para o perigo da medida, que no curto prazo teria consequências desastrosas em diversos setores.

Sem contar os problemas imediatos e mais evidentes – endividamento familiar, inadimplência, geração de demanda irresponsável, caos nas grandes cidades por causa do aumento da frota de automóveis, problemas na geração de energia e estrangulamento da Petrobras – um dos pontos que não mereceram a atenção dos meios de comunicação foi as consequências das medidas nas contas dos estados e municípios. Ao longo desse período, este site abriu espaço para destacar a bomba-relógio que o Palácio do Planalto colocou nos cofres estaduais e municipais.

Com a redução do IPI para determinados produtos, como automóveis, eletrodomésticos, material de construção e móveis, o governo federal fez cortesia com o chapéu alheio, uma vez que a medida impactou no Fundo de Participação dos Estados (FPE) e no Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Com isso, estados e municípios viram não apenas a arrecadação diminuir, mas o grave comprometimento das contas públicas.

O governo federal tentou, de forma pontual e inócua, resolver a questão, mas o problema perdura até hoje, sendo que em alguns municípios a situação financeira é crítica. Mesmo assim, Dilma insiste em entregar máquinas para prefeituras que não têm recursos para tirá-las do lugar. Ao Palácio do Planalto isso pouco importa, desde que Dilma apareça bem na foto.