Dilma não gostou do comunicado alarmista do Santander sobre a economia e promete dar o troco

dilma_rousseff_455 (pedro ladeira - folhapress)Vingança maligna – Na sabatina que teve lugar no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira (28), a presidente Dilma Rousseff, em resposta aos jornalistas, falou sobre o caso do banco Santander, que aos clientes especiais informou que a economia nacional tende a piorar sobremaneira no caso de a petista crescer ou se estabilizar nas pesquisas eleitorais. O comunicado apareceu no rodapé dos extratos bancários, mas, segundo a direção da instituição financeira, foi inserido sem prévia autorização. Como punição, os responsáveis pela tal informação foram demitidos.

Dilma classificou o caso como inadmissível e que tomará as devidas medidas contra o Santander. “Eu acho que é inadmissível aceitar qualquer nível de interferência de qualquer integrante do sistema financeiro, de forma institucional, na atividade eleitoral e política”, afirmou a presidente. O imbróglio ocorreu na última semana e na sequência o comando da campanha de Dilma anunciou que acionará judicialmente o banco.

É importante salientar que o comunicado do Santander não escapou da realidade, uma vez que a economia brasileira está mergulhada em uma grave crise, como mostram os números oficiais divulgados pelo próprio governo. Se transgressão existiu por parte do banco, essa ocorreu na publicação do comunicado. O alerta constante na mensagem vem sendo repassada aos clientes não apenas do Santander, mas da maioria dos bancos que atuam no Brasil e no exterior.

Querer punir o banco por conta do tal comunicado é oportunismo barato, que servirá para reforçar o discurso chicaneiro do “golpe das elites”, rotineiramente entoado por Lula, que perde o sono quando pensa na possibilidade de Dilma fracassar nas urnas de outubro próximo. Até porque, a vitória de um adversário político na corrida ao palácio do Planalto significará uma devassa nas estripulias cometidas pelo PT ao longo dos últimos onze anos e meio. No caso de isso se confirmar, é grande a chance de o PT ser implodido.

Dilma aderiu à estratégia elaborada por seus assessores de campanha e durante a sabatina, sem citar o Santander, disse que aquele que especular na esteira das eleições se dará mal. “Sempre que especularam, não se deram bem”, disse a petista.

Em relação ao fato de Dilma classificar como “inadmissível aceitar qualquer nível de interferência”, nada custa voltar no tempo e ressuscitar pelo menos uma atitude leviana do PT em uma disputa eleitoral. Em meados de 2006, as campanhas presidenciais estavam em plena marcha quando o PT lançou o boato de que a Petrobras seria vendida caso o PSDB vencesse a eleição. Uma mentira deslavada que os tucanos não tiveram capacidade e esperteza para rebater. Mesmo assim, os petistas relutam em assumir a paternidade dos muitos escândalos que corroeram a Petrobras desde janeiro de 2003.

No que tange a uma possível retaliação ao Santander, que na opinião dos jornalistas do ucho.info deve acontecer em breve e de forma sorrateira, ficará provada a falta de independência do Banco Central, que mais uma vez cumprirá ordens do Palácio do Planalto. Para finalizar, se o comunicado do Santander é suficiente para a abertura de ação judicial, todos os jornalistas e comentaristas de economia devem ser processados.

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