Pelo ralo – Ciente de que a anunciada redução da tarifa de energia elétrica é uma tremenda armadilha ao consumidor, pois dá como uma mão e ao mesmo tempo tira com a outra, a presidente Dilma Vana Rousseff não se incomodou em gastar o dinheiro público para levar ao ar uma milionária campanha publicitária para anunciar o que todos sabem que no final das contas será o mesmo que trocar seis por meia dúzia.
No filme levado ao ar no domingo (20) pelas principais emissoras de televisão, que funcionará como anestésico para matérias jornalísticas contra o tema, o governo federal insiste em falar em crescimento econômico em 2013 em níveis elevados, contrapondo-se às previsões do mercado financeiro, que dia após dia reduz as projeções de avanço do Produto Interno Bruto.
Não será com uma falsa redução da tarifa de energia elétrica que retomará o caminho do crescimento. O Palácio do Planalto, que está tomado por preocupante paralisia e desconhece o mais raso significado da palavra “planejamento”, busca realizações de curto prazo e com resultados imediatos, pois dentro de pouco mais de um ano a presidente Dilma Rousseff estará em campanha pela reeleição.
O governo resiste em fazer investimentos em setores estruturais, o que geraria novos postos de trabalho, apostando em medidas pontuais após o surgimento dos problemas econômicos, como se o Brasil tivesse vocação para ser um a colcha de retalhos da esquerda verde-loura, que na ultima década demonstrou inequívoca capacidade para a corrupção.
Não será com incerteza na macroeconomia e apostas equivocadas no consumo interno que a economia nacional deixará a letargia que a levou em 2012 a um dos piores e vexatórios índices de crescimento do último tempos, a ponto de a presidente Dilma Rousseff se ver na obrigação de recusar um convite para participar do Fórum Econômico Mundial, em Davos , até porque diante de tanta autoridades e chefes de Estado nada teria a explicar.
Enquanto torra fortunas em campanha publicitárias ufanistas e desnecessárias, o Palácio do Planalto está preocupado que um desempenho fraco da economia em 2013 afete o mercado de trabalho, criando uma situação insustentável e de difícil controle.
“Se a economia seguir um padrão fraco como o de 2012, a desaceleração alcança o mercado de serviços e aí podemos ter uma contaminação do mercado de trabalho”, avaliou o gerente executivo do Núcleo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco.
Se o mercado de trabalho for diretamente afetado pela crise econômica, o governo do PT será dragado por uma década de falácias, ufanismo e mitomania desmedida.
Honesto seria a presidente convocar a rede nacional de rádio e televisão e avisar ao povo, com o máximo de seriedade e transparência, que o Brasil enfrenta uma grave crise econômica e que está na corda bamba. Se algo der certo no meio do caminho, Dilma sairá carregada nos braços do povo, mas ela prefere insistir na camuflagem excessiva da verdade.