Do céu ao inferno em um ano, Corinthians demite Oswaldo de Oliveira; presidente culpa resultados

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Assim como na política, onde cargos não são eternos, no futebol quando alguém diz que o técnico está garantido é porque a demissão está a caminho. A situação é de maior risco quando o próprio treinador faz tal afirmação. Oswaldo de Oliveira disse, recentemente, que no próximo ano permaneceria no comando do Corinthians, mas não combinou com a diretoria do clube.

O alvinegro paulista foi do céu ao inferno em apenas um ano, fruto da briga travada entre os cartolas, que até outro dia eram aliados, com um indicando o outro para sucedê-lo em determinados postos na hierarquia do onze do Parque São Jorge. Fora isso, denúncias de corrupção envolvendo a construção da Arena Itaquera e um rodízio de treinadores levaram o Timão ao fundo do poço.

Em menos de um ano, o Corinthians teve três treinadores: Tite, Cristóvão Borges e Oswaldo de Oliveira. Sem contar que a diretoria corintiana tentou, sem sucesso, contratar Fernando Diniz, que alegou compromissos profissionais no exterior para recusar o convite. Tite, o melhor técnico do País, assumiu o comando da seleção brasileira. Cristóvão não durou três meses no clube, enquanto Oswaldo não sabe a razão de ter sido contratado. Dos três, o único que não teve a demissão definida juntamente com a contratação foi Tite.

Sem planejamento, enfrentando dificuldades financeiras e refém das cobranças da insana torcida organizada, nesta quinta-feira (15) o Corinthians anunciou a saída do técnico Oswaldo de Oliveira. Os péssimos resultados neste retorno ao time que o projetou para o futebol e o confuso momento político do clube foram determinantes para a dispensa do técnico.


Oswaldo tinha contrato com o Corinthians até o fim de 2017, porém sua demissão já vinha sendo cantada em verso e prosa. Após reunião entre a diretoria e o treinador, que durou quase três horas e foi realizada na quarta-feira, em São Paulo, a demissão foi sacramentada. Além de Roberto de Andrade, presidente do Timão, participaram da reunião com Oswaldo de Oliveira o diretor e o gerente de futebol, Flávio Adauto e Alessandro Nunes, respectivamente.

“Trouxemos o Oswaldo porque acreditávamos na competência dele. Sabíamos que não dava para fazer muita coisa nesse curto espaço de tempo, mas a resposta dada nesses dois meses de trabalho também não foi o mínimo que esperávamos”, disse o presidente em entrevista coletiva. Andrade pode alegar qualquer coisa, mas a contratação de Oswaldo de Oliveira foi definida sem qualquer embasamento. O que não significa que o treinador seja incompetente.

Andrade admite o erro na contratação do treinador, mas acredita que tem acertado muito mais do que errado no comando do clube. “Erros sempre existem, ninguém tem 100% de acerto. Se analisar e tirar uma média, estamos com mais crédito do que débito. Agora precisamos aguardar o novo treinador, esperar a estrutura que ele vai querer ter e se vai trazer alguém”, analisou.

Contudo, o presidente corintiano reconhece que a pressão nos bastidores atrapalha o dia a dia do clube. “Sempre atrapalha, nunca é bom, mas a gente procura separar a política do trabalho. Eu procuro fazer meu trabalho e o Corinthians não espera resolver problema político para atuar e agir”, completou.

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