Eleição nos EUA: após perder apoio, Trump ataca presidente da Câmara e adota o “tudo ou nada”

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Candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump reagiu nesta terça-feira (11) ao anúncio do presidente da Câmara dos Representantes, o também republicano Paul Ryan, e atacou o político em várias mensagens publicadas no Twitter. Na véspera, Ryan afirmou que se distanciará de Trump.

Em tom de ressentimento, o magnata chamou Ryan de um líder “fraco e incompetente” e chegou a afirmar que os políticos do Partido Democrata, de sua rival Hillary Clinton, “provaram ser bem mais leais uns aos outros do que os republicanos”. “Republicanos desleais são muito mais complicados do que a desonesta Hillary. Não sabem como ganhar – vou lhes ensinar como!”, escreveu.

Na última segunda-feira (10), Ryan declarou que não retirará oficialmente o apoio ao candidato de seu partido, mas que “deixará de defender” sua campanha. Ele comunicou sua decisão durante uma conferência por telefone com vários congressistas republicanos. No Twitter, Trump afirmou que, durante a chamada, os companheiros de Ryan “ficaram loucos” com “sua deslealdade”.

“É tão agradável perder as algemas e agora poder lutar pelos Estados Unidos do jeito que eu quero”, acrescentou o candidato republicano. Trump ainda citou o debate presidencial do último domingo, afirmando que é difícil “se sair bem quando Paul Ryan e outros dão zero suporte”.


Jason Miller, principal assessor de comunicação de Trump, assegurou em outra mensagem no Twitter que a perda do apoio de Ryan “não muda nada”, porque a campanha do empresário “sempre esteve impulsionada por um movimento de eleitores de base, e não por Washington” e a sua elite política.

A decisão de Ryan de se distanciar do magnata veio após a divulgação, na última sexta-feira, de um vídeo gravado em 2005 no qual Trump se manifesta de maneira sexista e depreciativa em relação a mulheres. No mesmo dia, o presidente da Câmara cancelou o comparecimento do candidato à Casa Branca ao que seria o primeiro ato conjunto de campanha de ambos no sábado, em Wisconsin.

“Estou indignado pelo que ouvi. As mulheres precisam ser defendidas e respeitadas, não objetificadas. Espero que Trump trate esta situação com a seriedade que merece e trabalhe para demonstrar ao país que respeita as mulheres muito mais do que sugere essa gravação”, afirmou Ryan em comunicado.

Além do presidente da Câmara, outros republicanos têm retirado o apoio à campanha do empresário, que vive sua mais grave crise na corrida à Casa Branca. A quatro semanas das eleições presidenciais americanas, em 8 de novembro, uma nova pesquisa de intenção de voto mostrou Hillary 11 pontos à frente do republicano, com 46% da preferência do eleitorado, ante os 35% de Trump. (Com agências internacionais)

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