Emprego na indústria cai 0,5% em fevereiro, recuo foi de 4,5% na comparação com 2014

industria_20Descendo a ladeira – Nesta sexta-feira (17), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o emprego na indústria recuou 0,5% na série livre de influências sazonais, na passagem de janeiro para fevereiro. Com o resultado, o emprego industrial acumula queda de 4,3% no ano e recuo de 3,6% em doze meses.

Na comparação entre fevereiro de 2015 e o mesmo mês do ano anterior, o emprego industrial apontou queda de 4,5%. Trata-se do 41º resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto.

De acordo com o IBGE, foram registradas reduções no contingente de trabalhadores em todos os 18 ramos avaliados no período, com destaque para meios de transporte (-8,7%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-12,2%), produtos de metal (-9,4%), outros produtos da indústria de transformação (-8,5%), máquinas e equipamentos (-4,6%), calçados e couro (-7,1%), alimentos e bebidas (-1,3%), vestuário (-3,9%), metalurgia básica (-6,0%) e papel e gráfica (-3,0%).

O valor real da folha de pagamento dos trabalhadores da indústria diminuiu 0,9% em fevereiro ante janeiro, já descontados os efeitos sazonais. Com o resultado, o índice acumula queda de 5,2% no ano e recuo de 2,5% em 12 meses.

Na passagem do mês, houve influência negativa do setor extrativo (-17,9%), afetado especialmente pela base mais alta devido ao pagamento no mês anterior. A indústria de transformação também registrou queda no valor real da folha de pagamento (-0,4%).

Em relação a fevereiro de 2014, a folha de pagamento real registrou recuo de 6,1% em fevereiro deste ano, a nona taxa negativa consecutiva neste tipo de confronto e a mais intensa desde abril de 2003 (-6,8%).

As perdas nesta base foram registradas em todas as 18 atividades pesquisadas. Os principais impactos negativos vieram de meios de transporte (-10,2%), indústrias extrativas (-12,4%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-12,6%), máquinas e equipamentos (-5,8%), produtos de metal (-11,2%), metalurgia básica (-7,0%), outros produtos da indústria de transformação (-8,1%), minerais não-metálicos (-5,2%), borracha e plástico (-4,1%) e calçados e couro (-7,7%).

Desindustrialização

Em meados de 2005, o UCHO.INFO alertou o governo federal para o perigo que representava os primeiros passos de um processo de desindustrialização, assunto que foi ignorado pelos palacianos, que à época estavam preocupados em tirar o então presidente Luiz Inácio da Silva do olho do furacão em que havia se transformado o escândalo do Mensalão do PT.

O tempo passou e a tragédia na indústria nacional se apresenta de forma cada vez mais intensa, restando aos empresários e aos trabalhadores torcer por dias melhores.

É importante destacar que a presidente Dilma Rousseff adotou, ao longo do primeiro mandato, duas dúzias de medidas de estímulo à economia, mas nenhuma deu qualquer resultado. O Brasil vive uma grave crise, sem que o Palácio do Planalto esboce capacidade de reação. (Danielle Cabral Távora com Ucho Haddad)

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