Deu em nada – O plenário da Câmara dos Deputados rejeitou no início da tarde desta quarta-feira (18) a convocação do ministro Antonio Palocci Filho (PT) para esclarecer a misteriosa e milionária evolução de seu patrimônio. O chefe da Casa Civil da Presidência da República está sob intensa pressão desde que o jornal “Folha de S. Paulo” noticiou que o petista, homem de confiança da presidente Dilma Rousseff, conseguiu a proeza de multiplicar por vinte o seu patrimônio em apenas quatro anos.
Como era de se esperar, a base aliada, sempre genuflexa, rejeitou os três requerimentos apresentados à Mesa Diretora pela oposição, mas essa obediência custará alguns cargos e benesses ao Palácio do Planalto, pois política, como se sabe, é um negócio exclusivo e altamente rentável.
Consultoria não é uma atividade ilegal, mesmo para ex-ministros, mas no caso de Palocci, assim como de outros ex-integrantes de governo, é preciso saber quais os clientes e que tipo de benefícios os contratantes conseguiram com a contratação dos serviços.
Não é a primeira vez que Antonio Palocci Filho se envolve em escândalos desde que chegou à prefeitura de Ribeirão Preto, importante cidade do interior paulista. De lá para cá, alguns episódios marcaram a trajetória política do trotskista Palocci Filho, sendo que os dois foram a acusação feita por Francenildo Costa, o caseiro Nildo – que garantiu que o ministro freqüentava uma mansão em Brasília onde eram feitas reuniões de negócios nada ortodoxos –, e o imbróglio envolvendo o ex-companheiro Rogério Buratti e uma mulher de programa.
A decisão do plenário da Câmara já está tomada, mas Palocci, em respeito aos Brasil e aos brasileiros, deveria dar as explicações necessárias, pois quando assumiu o poder a presidente Dilma Rousseff não economizou palavras para falar em transparência. Algo que o chefe da Casa Civil confunde com opacidade.