“Estado Islâmico” reivindica autoria de atentado em Londres; informação ainda não foi confirmada

O grupo extremista “Estado Islâmico” (EI) reivindicou, nesta quinta-feira (23), a responsabilidade pelo ataque terrorista nos arredores do Parlamento britânico, em Londres, perpetrado um dia antes. Por meio da agência de notícias Amaq, ligada ao grupo, o EI afirmou que o agressor da capital britânica era um de seus soldados.

“Ele realizou a operação em resposta a pedidos para atingir cidadãos da coalizão”, destaca o comunicado emitido pelo grupo, em referência à coalizão internacional contra o EI na Síria e no Iraque, liderada pelos EUA e da qual o Reino Unido faz parte.

Apesar dessa reivindicação, é importante considerar que o grupo terrorista demorou muito para se pronunciar a respeito do atentado. Considerando que o EI vem perdendo espaço no território onde pretendia instalar um califado – regiões da Síria e do Iraque -, o grupo aproveitará qualquer ataque para não perder a visibilidade.

O agressor foi identificado pela polícia como Khalid Masood, de 52 anos. Nascido no condado de Kent, no sudeste da Inglaterra, ele residia atualmente na região central do país. Masood já havia sido condenado por crimes como agressão e posse de arma.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, também afirmou que o autor do ataque era conhecido das autoridades. “Há alguns anos ele foi investigado pelo MI5 [serviço de segurança britânico] em conexão com preocupações sobre violência extremista […] Ele não faz parte do cenário de inteligência atual. Não havia [informações de] inteligência sobre sua intenção ou o plano [de ataque]. Investigações intensivas continuam”, declarou a premiê.

Oito pessoas foram presas por suspeitas de conexão com o ataque, informou nesta quinta-feira a Polícia Metropolitana de Londres. As autoridades afirmaram não haver evidências que apontem para “novas ameaças terroristas”.

Em pronunciamento em frente à sede da Scotland Yard, o chefe da unidade antiterrorista da polícia londrina, Mark Rowley, disse que a operação envolveu buscas em seis endereços de Londres e Birmingham.


A polícia disse acreditar que o autor do ataque tenha agido sozinho, “inspirado pelo terrorismo internacional”. Rowley também aproveitou o pronunciamento para revisar o número de vítimas para três, em vez dos quatro divulgados anteriormente, incluindo o policial esfaqueado.

O secretário da Defesa britânico, Michael Fallon, disse à rádio BBC que a polícia trabalha com a hipótese de que o incidente teve ligação com o “terrorismo islâmico de alguma forma”.

A identificação do responsável pelo atentado nas cercanias do Palácio de Westminster, sede do Parlamento britânico, mostra mais uma vez que o problema não é o movimento migratório de muçulmanos que deixam os países de origem em busca de vida minimamente digna, mas de pessoas, de qualquer nacionalidade, que usam o extremismo como forma de manifestação. A situação torna-se ainda mais perigosa quando essas pessoas aderem à causa criminosa do EI.

O ataque

Na quarta-feira, um veículo avançou contra pedestres na Ponte Westminster, nas proximidades do Big Ben, matando ao menos duas pessoas e deixando cerca de 40 feridos. Momentos depois, o motorista desceu do veículo e esfaqueou um policial, que também morreu, antes de ele próprio ser baleado e morto por agentes de segurança.

Diversos turistas estrangeiros que estavam em passagem por um dos maiores marcos da capital britânica foram alvos do ataque. Entre os 29 feridos hospitalizados estão: 12 britânicos, três franceses, quatro sul-coreanos, um alemão, um polonês, um irlandês, um chinês, um italiano, um americano, dois gregos e dois romenos.

O episódio de quarta-feira é o mais sangrento ataque na capital inglesa desde 2005, quando quatro homens-bomba inspirados pela Al Qaeda atacaram o sistema de transporte londrino, deixando 52 mortos. No ano passado, a parlamentar Jo Cox foi assassinada por um agressor neonazista. (Com agências de notícias)

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