Estiagem serve para explicar o fraco crescimento do PIB, não para justificar a crise de água em SP

crise_economica_01Dois pesos – Sempre magnânimos e supremos, os petistas jamais admitirão erros na adoção da política econômica que levou o Brasil a uma grave crise. À sombra de uma economia pífia, o desgoverno de Dilma Rousseff arrumou desculpas para a desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano, que registrou avanço de apenas 0,2%, contra 0,4% do último trimestre de 2013. Como sempre acontece, a enxurrada de desculpas ficou a cargo do ainda ministro da Fazenda, Guido Mantega, que há muito é alvo de piadas no mercado financeiro nacional.

Junto com Dilma, o “companheiro” Mantega adotou, desde janeiro de 2011, 23 medidas de estímulo à economia, mas nenhuma deu qualquer resultado, apesar de todas as promessas ufanistas que desceram a rampa do Palácio do Planalto. Nesta sexta-feira (30), após o IBGE divulgar os dados sobre o fraco crescimento do PIB, o titular da Fazenda entrou em cena para as devidas explicações, todas poupando o governo.

Guido Mantega disse que muitos fatores negativos atrapalharam o desempenho do PIB no primeiro trimestre do ano. Para o petista, os vilões dessa freada do PIB foram a seca, a recuperação lenta da economia internacional, o baixo crescimento da Europa, a volatilidade cambial e o aumento da inflação.

O ministro afirmou que o desempenho do PIB poderia ter sido melhor caso a seca não tivesse comprometido a agricultura. Mesmo assim, o setor agropecuário contribuiu com 3,6% para o crescimento do PIB no primeiro trimestre.

Mantega declarou, sem qualquer rubor facial, que o desempenho do PIB foi comprometido pela recuperação demorada da economia internacional. “Os EUA apresentaram queda de 0,25% no primeiro trimestre, o que dá 1% em anualidade”, disse. Ainda de acordo com o petista, a economia europeia cresceu abaixo das expectativas.

Até recentemente, os integrantes do governo do PT bradavam aos quatros o sucesso da economia nacional, alegando que o Brasil enfrentou com galhardia a crise por causa das medidas adotadas pelo Palácio do Planalto. Voltando no tempo, vale destacar dois fatos interessantes. Em dezembro de 2008, Lula disse que a crise internacional chegaria em território brasileiro como reles marolinha. Gazeteiro conhecido, o ex-metalúrgico foi obrigado a assistir calado ao espetáculo (sic) de uma crise que mais parece um tsunami.

Em outro ponto da história recente, a presidente Dilma Rousseff foi ao encontro do presidente da França, François Hollande, e diante de centenas de empresários, no Palácio do Eliseu, ousou ensinar os europeus a saírem da crise. A Europa começa a se recuperar, enquanto o Brasil continua a maquiar números para esconder uma realidade dura e crítica.

O mais interessante nesse balaio palaciano de desculpas é que a seca serve para justificar o fraco crescimento da economia verde-loura, mas não serve para explicar a crise de abastecimento de água no estado de São Paulo, que os petistas há muito sonham em tomar de assalto. Há dias, Dilma, durante encontro com empresários e líderes da comunidade judaica da capital paulista provocou o governador Geraldo Alckmin e disse que seu compromisso é entregar energia elétrica, não água. Isso significa que a presidente da República, que está em plena e ilegal campanha antecipada, já adotou a tese dos dois pesos e duas medidas.