EUA estipulam fiança de R$ 40 milhões para conceder prisão domiciliar a José Maria Marin

josemaria_marin_20Sol quadrado – A Justiça dos Estados Unidos pretende cobrar cerca de R$ 40 milhões para que o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, troque o regime fechado pela prisão domiciliar. O cartola está preso na Suíça, mas deve ser extraditado nesta semana para os EUA.

A multa para o brasileiro está sendo negociada por R$ 28 milhões em dinheiro, mais o confisco de um apartamento de Marin em Nova York, avaliado em R$ 10 milhões. As polícias norte-americana e suíça mantêm acordo diplomático, facilitando extradições de pessoas detidas.

Se for confirmada a extradição aos EUA, o cartola, de 83 anos, terá direito a recorrer, mas seus advogados podem aceitar prontamente a ordem judicial, pois o direito de recurso implicaria em mais tempo preso em Zurique.

O Federal Bureau of Investigation (FBI), responsável pela investigação que resultou na prisão de sete dirigentes FIFA, quer que Marin tenha função semelhante a do empresário brasileiro José Hawilla, proprietário da Traffic, que aceitou delação premiada, além de aceitar pagar multa de US$ 151 milhões. Em troca, Hawilla evitou ser preso nos EUA e ganhou liberdade assistida.

Com base em depoimentos do empresário, a Justiça norte-americana investigou esquemas ilegais em contratos televisivos de torneios nas Américas, que envolviam Marin, Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero. Do trio malvado da CBF, Marin foi o único detido.

A expectativa da defesa é que José Maria Marin fique em regime fechado por apenas algumas semanas, para depois ser encaminhado à prisão domiciliar enquanto dura o processo, o que já acontece com o empresário J.Hawilla.

O calcanhar de Aquiles dessa operação para aliviar o calvário de Marin está na origem do dinheiro que será utilizado para o pagamento da fiança estipulada pela Justiça dos EUA.

Na terra do Tio Sam, as autoridades exigem a comprovação dos recursos utilizados no pagamento da fiança, que será prestado por um agente homologado pelo Judiciário estadunidense, conhecido como “bail bondsman”. Para tanto, José Maria Marin terá de pagar a esse agente um percentual sobre o valor da fiança, além de utilizar tornozeleira eletrônica. (Danielle Cabral Távora e Ucho Haddad)

apoio_04