Batendo de frente – A agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixou, na segunda-feira (23), a nota da dívida Argentina, que passou de estável para negativa. A decisão é resultado da expropriação da YPF, empresa petrolífera controlada (51%) pela espanhola Repsol. Populista, a medida foi anunciada na última semana pela presidente Cristina Fernández de Kirchner e deve ser confirmada pelo Congresso do país latino-americano na quarta-feira (25).
Nos últimos tempos, Cristina de Kirchner tem apela para medidas ufanistas como forma de anestesiar a consciência popular diante da grave crise econômica que enfrenta a Argentina. Antes de anunciar a expropriação da YFF, sob a alegação de que a controladora espanhola não vinha fazendo os investimentos necessários na empresa, Kirchner ressuscitou a briga pelas Ilhas Malvinas, arquipélago no Atlântico Sul que os ingleses chamam de Ilhas Falkland.
Como a peleja pelas Malvinas não surtiu o efeito desejado, a inquilina da Casa Rosada partiu para se apoderar da YPF, privatizada no passado pelo então presidente Carlos Saúl Menen, tão peronista quanto Cristina de Kirchner.
Se para alguns especialistas a estatização da empresa foi um erro estratégico, tomá-la de assalto como fez a presidente é outro ainda maior. A Argentina enfrentará durante bom tempo as conseqüências comerciais que serão impostas pela Espanha e principalmente pela União Europeia, que já pensa em excluir o país da próxima rodada de negociações com o bloco econômico europeu.