Família Trump encara chegada do magnata à Casa Branca como oportunidade de negócios

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Durante a recente corrida à Casa Branca, nos Estados Unidos, o eleito Donald Trump acusou sua adversária, a democrata Hillary Clinton, de usar o cargo de secretária de Estado para beneficiar a fundação presidida por seu marido, o ex-presidente Bill Clinton. No caso de isso ter acontecido, o casal Clinton já deveria ser alvo de processo judicial, pois fica patente o tráfico de influência.

Contudo, na terra do Tio Sam também prevalece a teoria burra do “pau que bate em Chico, não bate em Francisco”. Para quem acreditou que Trump é salvação da humanidade e um monumento à moralidade, o próximo presidente norte-americano, que tomará posse no cargo em 20 de janeiro, é a “fulanização” do fiasco.

Dois filhos de Donald Trump foram acusados de organizar um evento beneficente para receber doações de até US$ 1 milhão em troca de acesso a recepção privada após a posse do republicano. Não importa o viés benemerente do evento, pois nada justifica tal atitude, que também configura tráfico de influência. Aliás, a família Trump vem encarando a chegada à Casa Branca como uma grande oportunidade de negócios, como já deixou claro o próprio eleito.

Entidade independente de promoção da ética e outros temas políticos, o Center for Public Integrity (CPI) denunciou que uma fundação sem fins lucrativos foi criada tendo Donald Jr. e Eric, filhos do presidente eleito, como diretores.

Segundo o CPI, a “Opening Day Foundation” planejava um evento para arrecadar fundos no dia seguinte à posse de Trump. Para tanto, oferecia “uma recepção privada e a oportunidade a 16 convidados de tirar fotos com o presidente Donald Trump”, como também uma “excursão para caçar e pescar para quatro convidados com Donald Trump Jr. ou Eric Trump”, e “guitarras autografadas por um intérprete no Opening Day 2017”, entre outros benefícios.

“Ao contrário dos comitês políticos”, a lei não exige das organizações sem fins lucrativos “revelar seus contribuintes, permitindo que esses assinem cheques de sete dígitos para ter acesso ao presidente e ainda assim permanecerem anônimos”.


Além dos filhos de Trump, a Opening Day Foundation tem também como diretores o empresário Gentry Beach e Tom Hicks Jr., filho de um conhecido magnata de Dallas.

A Opening Day, referência explícita ao dia da posse do presidente, “é sua oportunidade de ter um papel importante enquanto nossa família celebra a posse do nosso pai, amigo e presidente Donald J. Trump”, destaca um material promocional do evento distribuído pela fundação.

A equipe de transição do presidente eleito dos EUA emitiu comunicado negando o envolvimento dos seus filhos no evento. “Donald Trump Jr. e Eric Trump são fervorosos amantes dos grandes espaços e defensores dos esforços de conservação, o que os alinha com as metas deste evento, mas não estão envolvidos com isso de qualquer modo”, declarou a porta-voz Hope Hicks.

“O evento Opening Day e os detalhes divulgados são apenas conceitos iniciais, que jamais foram aprovados ou perseguidos pela família Trump”, completou Hicks.

Ou seja, ao que parece Trump tomou emprestado de Lula e seus quejandos a desfaçatez para negar escândalos, mas levou de brinde a frase “eu não sabia”.

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