Frouxo politicamente, Aécio livra-se da indecisão e declara apoio “absoluto” a eventual governo Temer

aecio_neves_1006

Que a oposição aos governos do PT mostrou-se pífia ao longo de pouco mais de treze anos todos sabem, mas há na política nacional alguns frouxos que não merecem a confiança do eleitor. Supostamente líder da oposição, o senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, é a personificação da frouxidão política.

Depois de ver inúmeros integrantes do tucanato gastando o verbo contra Dilma Rousseff e a favor do impedimento da presidente da República, Aécio mostrou-se indeciso nesta terça-feira (3), antes de reunir-se com o vice Michel Temer para tratar do apoio do partido ao eventual novo governo. O senador mineiro disse que temia que o governo Temer fosse uma repetição do de Dilma Rousseff, o que mostra que os tucanos continuam especialistas e ficar em cima do muro.

“Nós realmente nos preocupamos com as notícias que já são públicas, a forma pela qual o governo já vem sendo constituído. Temos receio que esse governo [de Michel Temer] se pareça muito com aquele que está terminando os seus dias”, disse o presidente dos tucanos, como se o partido fosse a fonte da moralidade pública.

O Brasil clama pelo fim do governo mais corrupto e incompetente que se tem notícia, mas Aécio neves ainda tinha dúvidas sobre eventual apoio a Temer. É fato que o eventual próximo governo não será o objeto dos sonhos dos brasileiros, mas é preciso, no primeiro momento, livrar-se da quadrilha que se apoderou do País. Aliás, essa indefinição começou muito antes, mas acabou revertida depois que Fernando Henrique Cardoso disse que o PSDB tinha obrigação de não apenas apoiar o governo de Michel Temer, mas de indicar alguns dos seus integrantes.


A partir de então, Aécio Neves, que é fraco como político e não tem opinião própria, acabou concordando com FHC. Contudo, o senador de Minas Gerais tem uma preocupação maior: a possibilidade de o governo de Temer produzir algum resultado positivo e os tucanos com cargos forem bem sucedidos. Na realidade, o medo de Aécio atende pelo nome de José Serra, que a depender do seu desempenho como ministro de Relações Exteriores, torna-se ainda mais candidato à Presidência em 2018.

Mesmo com todas essas dúvidas, escondidas debaixo de discursos rocambolescos e nada convincentes, Aécio foi à reunião com Michel Temer, no Palácio do Jaburu. Após o encontro, o líder dos tucanos afirmou que o peemedebista terá apoio absoluto do PSDB. O temor do senador mineiro é tamanho, que inicialmente o apoio do tucanato a Temer estava condicionado à discussão do parlamentarismo. Como se mudar um regime de governo fosse tão simples e fácil como acender o interruptor da luz da sala.

“Fizemos, portanto, nosso papel institucionalmente. O documento está entregue, nosso apoio congressual será absoluto, mas ele não precisa, do ponto de vista da ocupação de cargos, se preocupar com o PSDB”, disse Aécio.

“Eu disse ao vice-presidente Michel Temer que, no caso dele, do seu governo, a primeira impressão é a única que existe. É preciso que, logo na largada, não apenas na constituição do governo, mas também das propostas que deverá apresentar ao país, é importante que elas gerem a esperança, o otimismo que vem faltando ao Brasil para enfrentar essa crise”, emendou o senador mineiro.

Em outras palavras, os tucanos querem o fim do governo de Dilma Rousseff e sabem que a única saída no momento é a chegada de Michel Temer ao posto, mas não desejam qualquer comprometimento com o futuro. Ou seja, o PSDB faz jus à pecha de sempre estar em cima do muro. Quando os tucanos descerem do salto alto e acabarem com a insana disputa interna, quem sabe o PSDB torna-se um partido confiável.

apoio_04