Ex-assessor pedófilo de Gleisi irá para prisão de segurança mínima na fronteira com a Argentina

eduardo_gaievski_26Perto do paraíso – Condenado a 28 anos de prisão por dois dos muitos estupros cometidos contra menores, o pedófilo Eduardo Gaievski, ex-assessor especial de Gleisi Hoffmann na Casa Civil, recebeu um privilégio raro. Será transferido para a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) de Barracão, um presídio de segurança mínima onde os presos são encarcerados em celas confortáveis, equivalentes às instalações de um hotel de duas estrelas, e podem participar de uma série de atividades, como aulas de violão, pintura, música, técnicas vocais, aulas História, Matemática, entre várias outras atividades. A segurança do presídio, como mencionado, é mínima.

É incomum que um preso que acaba de ser condenado por crimes hediondos (a última condenação de Gaievski foi em 6 de novembro), e ainda está para ser julgado por mais duas dezenas de crimes igualmente sérios, que podem render até 350 anos de prisão, seja transferido para um regime tão brando quanto o da Apac de Barracão.

Em março deste ano, a senadora Gleisi Hoffmann (PT), que levou Gaievski para assessorá-la em Brasília, quando ocupava a chefia da Casa Civil, esteve na Apac de Barracão, onde afirmou ter gostado muito do projeto e derramou-se em elogios ao sistema. Barracão é uma unidade sem qualquer segurança e que sequer conta com agentes penitenciários.

Gaievski, que por dois mandatos consecutivos foi prefeito de Realeza pelo PT, é acusado de pelo menos quarenta crimes sexuais. Entre eles, estupros, estupros de vulnerável (menores de 14 anos), favorecimento à prostituição, uso de cargo público para obter sexo, uso de veículo público para práticas sexuais. O Monstro da Casa Civil foi condenado por dois desses crimes, o primeiro a dezoito anos e um mês, em setembro, e o segundo, dez anos e seis meses.

Apesar de na época de sua indicação já possuir um alentado prontuário de crimes sexuais contra menores, Gaievski foi levado, em 2013, por Gleisi Hoffmann para Brasília onde passou a comandar as políticas do governo federal para crianças e adolescentes. Estavam sob sua tutela assuntos como políticas de combate ao crack, construção de creches e assistência a menores abandonados.

Em agosto de 2013, o pedófilo teve sua prisão decretada e acabou detido depois de fugir por pouco mais de uma semana, quando tentava atravessar a fronteira em direção ao Paraguai. Barracão, município paranaense que abriga a Apac e onde Gaievski ficará preso, fica na fronteira do Brasil com a Argentina. Para quem já tentou escapar das garras da Justiça, o novo endereço é no mínimo um convite à fuga.

Silêncio obsequioso, omissão estranha

Gleisi Helena Hoffmann, que insiste em protagonizar o pífio papel de “dondoca comunista”, além de atuar no Senado Federal como verdadeiro “buldogue palaciano”, evita falar sobre o escândalo do pedófilo da Casa Civil e de sua proximidade com o camarada Gaievski.

Que Gleisi não é provida de coragem todos sabem, a não ser a que o cargo lhe empresta, sempre no melhor estilo “você sabe com quem está falando?”, todos sabem, mas continua causando estranheza o fato de a presidente reeleita Dilma Rousseff jamais ter feito qualquer comentário sobre a epopeia do delinquente sexual que trabalhava a poucos metros do seu gabinete. Durante a campanha eleitoral, Dilma prometeu investir na proteção às crianças e adolescentes e também combater a violência contra a mulher, mas fugiu como pode do assunto Gaievski.

Mais estranho, porém, foi o fato de os adversários de Dilma Rousseff – Aécio Neves e Marina Silva – jamais terem tocado no assunto nos debates entre presidenciáveis. Podem até alegar desconhecimento, mas o tema foi largamente noticiado no ucho.info, o que rendeu ao editor processos judiciais movidos covardemente pela senadora petista. Um caso tão escandaloso e grave quanto o protagonizado por Eduardo Gaievski não poderia ficar de fora dos debates da corrida presidencial. Isso significa que tem o reino da política nacional está ainda mais podre.

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