Geração de empregos em junho é a pior desde 1998 e derruba o ufanismo que brotou da Copa

desemprego_05Pela culatra – O efeito “boa noite Cinderela” da Copa do Mundo terminou muito antes do que imaginava o staff palaciano. Encerrada a competição futebolística, a presidente Dilma Rousseff, agindo com os bons (sic) e truculentos ditadores com quem se relaciona, apressou-se em divulgar o balanço da Copa, em cerimônia deprimente e marcada pelo conhecido ufanismo oficial.

Como se a FIFA tivesse escolhido o País de Alice para realizar o principal certame do futebol planetário, Dilma só discorreu maravilhas a cerca da Copa, com direito a expressões debochadas de alegria. A presidente disse que os bons resultados da Copa, em termos de organização, derrotaram os que torceram contra a realização do evento. Só mesmo um desavisado seria capaz de torcer contra o Brasil, mas Dilma usa essa retórica “bananeira” para aparecer bem na foto e vender ao eleitorado uma imagem de incompreendida, como se o País vivesse o seu melhor momento.

Para contrapor a pirotecnia palaciana, o Ministério do Trabalho divulgou nesta quinta-feira (17) os dados sobre a geração de empregos em junho, mês da Copa. De acordo com a pasta, no sexto mês do ano foram criados 25.363 empregos com carteira assinada, com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Esse número representa queda de 79,5% frente ao mesmo mês do ano passado, quando foram criados 123.836 postos de trabalho.

O resultado é o pior para meses de junho desde 1998, quando foram abertas 18.097 vagas com carteira assinada, segundo o Ministério do Trabalho, que começou a divulgar dados do Caged em 1992.

Ministro do Trabalho, o pedetista Manoel Dias informou que esperava resultado melhor do emprego formal em junho. “O grande fato causador da diminuição foi a indústria. Em todos os setores da indústria, houve decréscimo. Mas mês que vem já começam as contratações visando o Dia dos Pais e também o fim do ano [Natal]”, declarou.

Tal afirmação confirma o que há muito o ucho.info vem noticiando: o desgoverno de Dilma Rousseff é refém da incompetência colossal de seus integrantes. Manoel Dias sabe que as contratações para o Dia dos Pais e o Natal acontecem em junho, por isso sua declaração deve ser considerada uma enorme sandice. Se nem mesmo a Copa do Mundo foi capaz de alavancar a criação de novos postos de trabalho, os brasileiros deve se preparar para o pior, porque de agora em diante não se deve descartar uma lenta onda de demissões. Isso porque a não geração de empregos compromete a circulação de dinheiro no mercado e a consequente queda nas vendas. E aos empresários só restará a demissão como forma de manter seus respectivos negócios.

Se por um lado o ritmo lento da geração de empregos traz preocupação, por outro proporciona alívio. Isso porque dessa maneira o governo conseguirá, mesmo que por via transversa, combater a inflação, que tende a arrefecer por conta da redução da demanda. Mesmo assim, a inflação continua alta e preocupante, o que explica a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, tomada na quarta-feira (16), de manter em 11% ao ano a taxa básica de juro, a Selic. Com essa medida, o BC comprometeu o rendimento da poupança, que deve perder investidores para aplicações em renda fixa.

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