Gleisi estreia no horário eleitoral sob a batuta de André Vargas, que deve ser cassado por corrupção

gleisi_hoffmann_48Parada dura – O azar, se de fato existe, persegue a candidata do PT ao governo do Paraná, Gleisi Hoffmann. O primeiro dia dos candidatos ao governo no horário de propaganda política gratuita do TSE, no rádio e na televisão, coincidiu com a aprovação, pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, do parecer favorável à cassação do ex-petista André Vargas.

Deputado federal pelo Paraná, Vargas deve ter o mandato parlamentar cassado por suspeita de associação com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato, envolvido em inúmeras operações ilícitas destinadas a lesar o patrimônio público e que tinham dois endereços principais: a Petrobras e o Ministério da Saúde. Influente politicamente no estado, André Vargas é o coordenador da campanha de Gleisi na corrida ao Palácio Iguaçu.

Para complicar a nebulosa ligação de Vargas com Gleisi e o marido, o ministro Paulo Bernardo da Silva (Comunicações), um escândalo pretérito envolvendo caixa 2 de campanha volta à cena. Em 2004, na campanha pela reeleição do petista Nedson Micheleti, por exemplo, Bernardo e André Vargas, então presidente do PT paranaense, foram acusados de levar R$ 6,5 milhões.

De acordo com matéria do jornal “Folha de S. Paulo”, o dinheiro viria do PT nacional. Uma testemunha “cita Paulo Bernardo e André Vargas como os caras que trariam o dinheiro para cá”. E prossegue: “O que ela fala é que eles [Bernardo e Vargas] chegavam de Brasília [e Curitiba] num dia e o dinheiro aparecia no outro.”

No primeiro programa do horário eleitoral, Gleisi, como uma atriz de canal de televendas, “interrompia” a gravação para responder perguntas de “populares”. Uma delas era sobre a corrupção do PT. Como se tivesse de responder apenas pela corrupção dos “outros petistas”, Gleisi dizia que a “corrupção pode surgir em todos os lugares. Mas o PT combate os malfeitos”. As malfeitorias do coordenador de sua campanha, André Vargas, começaram a ser punidas na Câmara, apesar de todas as manobras do PT para evitar que o Conselho de Ética tivesse quorum para julgar o comportamento transgressor do parlamentar.

Não bastassem os escândalos envolvendo companheiros de ideologia, Gleisi tem enfrentado as ironias de seu ex-aliado, Roberto Requião – ele próprio ligado a casos tenebrosos de corrupção no Porto de Paranaguá, que era comandado pelo seu irmão, Eduardo, investigado pela Operação Dallas, da Polícia Federal. Requião repete, como mantra, a tese de que o PT entra nessa campanha baleado de morte. “O PT está baleado, está com uma asa chumbada, um tiro de 12 de chumbo fino. O Gaiveski, que era o principal organizador e vice-governador da Gleisi, está na cadeia, e o André Vargas ainda não está na cadeia! Mas todo mundo conhece o tipo de política do André e do PT”.

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