Gleisi joga para a plateia e afasta André Vargas da coordenação de sua campanha ao governo do PR

andre_vargas_09Faca na cinta – As revelações de que o deputado federal André Vargas (PT), vice-presidente da Câmara dos Deputados, andou fazendo turismo em jatinho alugado pelo doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia federal na Operação Lava-Jato, provocou uma onda de pânico entre a “companheirada” do PT. O temor petista ganhou um reforço extra quando surgiu a informação de que Vargas pode ser o sócio oculto do doleiro em um negócio milionário de fabricação de medicamento para tratamento de disfunção erétil.

A primeira consequência do episódio nada republicano já foi sentida por André Vargas. O deputado e irmão-camarada de Beto Yousseff foi lançado ao mar pelo PT, que já o enxerga como uma espécie de defunto político. A primeira a abandonar Vargas foi a senadora Gleisi Hoffmann (PT), candidata ao governo do Paraná. Gleisi tratou de afastá-lo do comando da campanha ao Palácio Iguaçu, sede do Executivo paranaense.

Fontes do PT do Paraná disseram que, pelo menos por enquanto, Vargas estará fora das grandes reuniões políticas que traçam as estratégias de campanha da petista. O receio de Gleisi é que o escândalo envolvendo André Vargas e o doleiro Yousseff seja usado no período eleitoral — trazendo desgastes para a petista.

A informação do afastamento já chegou até André Vargas, que não gostou da decisão de Gleisi. O fato afasta Vargas do casal Gleisi e Paulo Bernardo com quem o petista mantém uma longa relação política. Porém, quem conhece as entranhas da política nacional sabe que em muitos momento André não apenas trabalhou contra Gleisi e Paulo Bernardo, como falou muito mal do casal.

Desde muito o trio tempo jogava junto no tabuleiro da política. Em 1995, Vargas coordenou a campanha de Paulo Bernardo a deputado federal e acabou respondendo a um processo por caixa dois, que teve como causa um malfadado cheque de R$ 120 mil. Coincidência ou não, o tal cheque era assinado por Alberto Youssef.

Gleisi Hoffmann é conhecida por ter aliados polêmicos. Em agosto de 2013, seu então assessor na Casa Civil, Eduardo Gaievski, escalado por Gleisi para cuidar das políticas do governo federal para menores, foi preso sob a acusação de ter cometido 28 estupros contra menores, 17 deles contra vulneráveis (menores de 14 anos). Resumindo, Gleisi indicou um pedófilo em último grau para assessorá-la na Casa Civil.

Assim como está fazendo com o “companheiro” André Vargas, a senadora petista afastou-se friamente do auxiliar, alegando que jamais soube de suas inclinações doentias. Mesmo assim, Gleisi nunca explicou como Gaievski, que era investigado há mais de três anos pelo Ministério Público do Paraná, conseguiu passar pelos rígidos controles da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e do Gabinete de segurança Institucional da Presidência (GSI) antes de ir trabalhar no Palácio do Planalto, a poucos metros do gabinete da presidente Dilma Rousseff.

A decisão de Gleisi Hoffmann de afastar Vargas do núcleo duro de sua campanha não passa de jogo de cena de alguém que preocupa-se cada vez mais com uma campanha eleitoral que não decola. Ademais, jogar para a plateia é uma especialidade da senadora petista, que foi escalada pelo palácio do Planalto para ser um dos “buldogues” do governo no Senado Federal.

Apenas para lembrar, a censora Gleisi tentou intimidar o editor do ucho.info movendo-lhe processos judiciais, apenas porque não gostou de matérias jornalísticas publicadas no site que cada vez mais conquista a confiança e a fidelidade dos paranaenses.