Gleisi rompe com Fruet, prefeito de Curitiba, e lança candidatura de petista que recebeu doações da Odebrecht

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A senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), que cada vez mais afunda nas operações Lava-Jato e Pixuleco II e delatada por envolvidos no escândalo do Petrolão, perdeu definitivamente o controle. Em seu último surto, a petista anunciou o rompimento da aliança com o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), a quem o PT se aliou nas eleições de 2012.

O rompimento foi anunciado em artigo distribuído à imprensa, em que a senadora critica o prefeito Gustavo Fruet (PDT), a quem chama de ingrato e acusa de estar excluindo o PT das articulações para as eleições de 2016. “Não posso deixar de registrar que o prefeito e seu partido, o PDT, não demonstraram, até este momento, vontade política de permanecer em aliança. Nenhuma conversa, nenhuma proposição”, destacou Gleisi.

O troco de Gleisi Hoffmann foi acenar com a candidatura do deputado Tadeu Veneri (PT), investigado pelo Ministério Público por lançar mão, de forma irregular, de verbas de gabinete. Veneri também recebeu doações de empreiteiras implicadas na Operação Lava-Jato, entre elas a notória Odebrecht, cujo presidente, Marcelo Odebrecht, continua preso em Curitiba. Por conta disso, na Assembleia Legislativa do Paraná o deputado é conhecido como “Tadeuzinho Odebrecht”.

Veneri pode ser o caminho para carrear o escândalo do Petrolão para dentro da campanha pela prefeitura de Curitiba, temem os petistas, que tentam desautorizar Gleisi e que procuram manter a aliança com Fruet, até para garantir as boquinhas que o partido mantém na prefeitura de Curitiba.

Indiferente aos temores do PT, Gleisi cobra a fatura do apoio a Fruet em 2012. “A política dá voltas, como a vida. Em 2012 propusemos e articulamos uma aliança com o PDT, fomos pra rua, fizemos campanha. Apoiamos Curitiba com recursos federais para creches, para milhares de casas, obras de saneamento, contenção de cheias, malha viária do transporte coletivo, recursos para o metrô”, ameaçou.

Sobre a posição do PT em Curitiba, a petista disse que “na capital do Paraná é possível ter candidatura própria”. “O partido vai decidir consultando a militância em um encontro municipal, como sempre faz”.

A senadora reclama ainda que “tem sido lugar comum criticar o PT e até odiá-lo”. “Recaem sobre o partido todas as mazelas da política brasileira. Seus filiados e dirigentes são taxados de corruptos e incompetentes. Parece que, para melhorar o Brasil, o PT tem de ser dizimado, destruído”, diz a senadora. Como se as denúncias que envolvem o PT – ela própria e seu marido Paulo Bernardo da Silva – fossem invenção de uma imprensa reacionária, não o registro de provas cabais e irrefutáveis que jorram diariamente dos noticiários que informações sobre os crimes dos “companheiros”.

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