‘Analista de pesquisas’; Gleisi quer criar o “assentamento Louis Vuitton”, brincam adversários

(Foto: Divulgação)
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Não está fácil a vida de Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR). A senadora resolveu atacar de analista de pesquisas e colocou em dúvida a credibilidade de levantamento do DataFolha, o mesmo que os petistas consideravam o melhor do planeta quando atribuía índices de aprovação elevadíssimos para Lula e para a afastada Dilma Rousseff. Agora que o instituto detectou melhorias na aprovação do presidente interino Michel Temer e uma quase unanimidade de brasileiros que quer ver Dilma pelas costas, para sempre, o DataFolha tornou-se suspeito.

“Inacreditável a pesquisa Datafolha publicada neste domingo. Como num passe de mágica houve inversão de resultados apurados há mais ou menos um mês por um outro prestigiado instituto de pesquisa, CNT/MDA. O presidente interino, Michel Temer, passou a ser bem avaliado, com preferência sobre Dilma; apenas 3% da população quer eleições diretas, contra 60% que as queriam fazem trinta dias; e o otimismo do brasileiro em relação à economia do país voltou. Aliás, fazia algum tempo que o Datafolha não publicava pesquisa. Também voltou!”, escreveu Gleisi em um de seus artigos bestialógicos que costuma produzir semanalmente.

Segundo as suspeitas de Gleisi, a pesquisa foi produzida sob encomenda pela direita neoliberal, golpista e “coxinha” que estaria assustada com seus bem-sucedidos esforços, junto com os da senadora Vanessa Graziottin (PT-AM) e do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), para reverter o impeachment no Senado.

“Coincidência ou não, essa leitura otimista do governo Temer e mais positiva da economia acontece após uma melhora nas expectativas de se reverter o processo de impeachment no Senado. A apresentação do resultado da perícia, solicitada pela defesa da presidenta Dilma, comprovou que não há ato dela nas chamadas pedaladas fiscais junto ao Banco do Brasil. Também diminui para três os decretos de suplementação orçamentária que teriam sido editados sem previsão legal! Lembremos que o processo começou com seis decretos”, prossegue a senadora.


A hilaridade provocada pelo ‘non sense’ desse artigo só é menor que a provocada pela descoberta que Gleisi visitou, no final de semana, um assentamento do MST envergando uma echarpe da grife francesa Louis Vuitton. Um item de alto luxo que custa R$ 2.380,00, segundo o catálogo da LV, o que equivale a quase três salários mínimos, ou 13 vezes o valor do benefício do “Bolsa Família”.

Entre os adversários da senadora surgiu a hipótese de que o fascínio de Gleisi por essa grife, e sua total falta de noção, estaria por trás de uma iniciativa mais que bizarra: propor a criação do “Assentamento Louis Vuitton”.

De acordo com essa brincadeira, Gleisi veria Louis Vuitton como um “revolucionário”, que há 162 anos vem roubando dos ricos (e os novos ricos, como a senadora), minando o capitalismo por dentro, ao impor preços escorchantes por produtos comuns de consumo acrescidos de uma grife.

A parlamentar petista estaria supondo que Vuitton, sem ninguém suspeitar, é um revolucionário gramsciano, nascido antes de Gramsci, que há mais de um século e meio vem minando o capitalismo em suas entranhas. Já seria hora de homenageá-lo com um assentamento do MST.

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