Governo da Colômbia e terroristas do Exército de Libertação Nacional anunciam acordo de paz

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O governo da Colômbia e o segundo maior grupo terrorista do país, o Exército de Libertação Nacional (ELN), anunciaram na segunda-feira (10) que iniciarão negociações de paz nos próximos dias.

A decisão foi anunciada após o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, ter conquistado o Prêmio Nobel da Paz na última sexta-feira (7), apesar de o acordo de paz fechado com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), a maior guerrilha do país, ter sido rejeitada pela população local em referendo.

“Tentamos negociar com o ELN há quase três anos para pôr fim ao conflito armado com eles também […] Agora que estamos avançando com o ELN, vamos ter paz total […] Nunca mais sequestrados pelo ELN na Colômbia”, declarou Santos.

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O governo iniciará no dia 27 de outubro, em Quito, a chamada fase pública de conversações com o ELN – caminho percorrido de 2012 a setembro passado com as FARC.

Questões humanitárias

No fim de março, o ELN e o governo colombiano já haviam anunciado em Caracas o início de uma fase pública de negociações de paz, cuja abertura foi condicionada pelo Executivo à solução de algumas “questões humanitárias”, como o fim dos sequestros. O ELN tem em seu poder um número desconhecido de pessoas. Nos últimos quinze dias, o grupo libertou três reféns.

“Em breve não haverá mais civis nas mãos das guerrilhas, esse é o acordo”, disse à agência de notícias AFP uma fonte próxima das negociações, sob condição de anonimato.


Apesar do resultado do referendo de 2 de outubro, as FARC, o governo e a maioria dos setores políticos manifestaram desejo de conseguir uma paz duradoura na Colômbia.

O líder máximo das FARC, Rodrigo Londoño, conhecido como Timochenko, apoiou o início da fase pública do processo de paz entre o governo e o ELN. “Contem com o nosso apoio militante e solidário. [Desejo] muitos êxitos nesse processo que iniciam”, afirmou Timochenko por meio de sua conta no Twitter.

Resta saber as condições que serão exigidas pelo ELN para viabilizar o acordo de paz. No caso das FARC, a guerrilha exigiu que os narcoterroristas fossem agrupados em um partido político. Esse detalhe levou o acordo de paz tropeçar no referendo, até porque os colombianos não têm certeza sobre qual será a atuação dos integrantes das FARC de agora em diante. (Com agências internacionais)

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