Grécia: ministro das Finanças afirma que renunciará caso o “sim” prevaleça

(François Lenoir - Reuters)
(François Lenoir – Reuters)
Arrumando gavetas – Nesta quinta-feira (2), o ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, revelou que renunciará ao cargo se o plebiscito do próximo domingo, sobre os termos do programa de resgate financeiro, resultar no “sim”.

As pesquisas de opinião mostram que a maioria dos gregos está disposta a aceitar as condições impostas pelos credores internacionais, como forma de garantir socorro financeiro ao país.

Indagado se ainda seria ministro das Finanças na segunda-feira à noite, caso os gregos votarem “sim”, Varoufakis ressaltou: “Não serei…eu pessoalmente não assinarei outro (acordo) de prorrogação e fingimento.”

Ele afirmou também que o governo grego encontrará uma maneira de buscar o acordo com os credores, caso os gregos votem a favor dos termos da oferta. “Talvez mudemos a configuração do governo”, disse.

A Grécia lançou um website com informações sobre o plebiscito para explicar à população os motivos da consulta. Apesar disso, primeiro-ministro, Alexis Tsipras, reforçou o apelo para que a população vote “não”.

Com os bancos fechados até a próxima segunda-feira (6) e controles de capital para proteger o sistema financeiro do colapso, a gravidade dos problemas diante da Grécia se torna cada dia mais evidente.

O governo de esquerda do primeiro-ministro grego chegou ao poder em janeiro prometendo proteger aposentados, mas boa parte do desgaste nas relações com credores internacionais centrava-se em sua recusa em aceitar os cortes em benefícios exigidos pelos credores.

Ciente do fato de que muitos gregos mais velhos não usam cartões de crédito ou débito e, portanto, não têm acesso a caixas automáticos, o governo ordenou que mil bancos abrissem em todo o país na quarta-feira para pagar um máximo de € 120 e emitir cartões.

Contudo, a decisão criou uma lembrança constrangedora dos custos que o enfrentamento com credores está infligindo a uma sociedade já profundamente afetada por mais de cinco anos de austeridade dura, fruto de sucessivos acordos de resgate.

Em um país em que cada quatro pessoas na força de trabalho não têm emprego, o drama dos pensionistas, cujos benefícios mensais muitas vezes podem ser a única fonte de renda para famílias, é uma situação muito difícil.

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