Holanda: partido do primeiro-ministro vence eleições legislativas; país escapa do populismo de Wilders

Nas eleições parlamentares desta quarta-feira (15), a Holanda conseguiu escapar do populismo de Geert Wilders, um radical anti-Islã que lidera o Partido da Liberdade. Isso significa que a Holanda deve permanecer na União Europeia. Wilders prometeu que, em caso de vitória, convocaria plebiscito para decidir sobre a saída do país do bloco europeu.

De acordo com duas pesquisas de boca de urna realizadas após o fim do processo eleitoral, divulgadas pela emissora NOS, o VVD, partido do primeiro-ministro holandês Mark Rutte, conquistou o maior número de assentos no Parlamento.

O Partido da Liberdade ficou empatado com duas outras duas legendas, com 19 cadeiras cada na Câmara dos Deputados da Holanda, que tem ao todo 150 vagas. O vitorioso VVD teria conquistado 31 assentos no Legislativo holandês.


A campanha eleitoral holandesa foi chacoalhada nos últimos dias pela crise diplomática com a Turquia, e o acirramento das discussões desaguou em temas referentes ao Islã, à crise migratória que domina a Europa e a questões sociais.

O governo da Turquia, comandado por Recep Tayyip Erdogan, decidiu radicalizar o discurso depois que autoridades do país foram proibidas de realizar discursos na Holanda, onde é grande a população de origem turca. Erdogan tenta convencer os eleitores turcos a votarem a favor do plebiscito que será realizado dentro de algumas semanas e, se aprovado, dará ao presidente poderes típicos de um ditador.

A integridade da União Europeia por enquanto está mantida, mas é preciso voltar a atenção para duas eleições que se aproximam: França (23 de abril – 1º turno) e Alemanha (24 de setembro). Se por um lado a França começa lentamente a se distanciar do populismo direitista da ultrarradical Marine Le Pen, candidata ao Palácio do Eliseu, por outro os alemães ainda têm tempo para rechaçar o discurso utópico de Frauke Petry, líder do partido “Alternativa para a Alemanha” (AfD).

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