Impeachment: envolvido em escândalos, pedetista defende governo criminoso de Dilma

weverton_rocha_1002

Líder do PDT na Câmara e deputado federal pelo Maranhão, Weverton Rocha é um bufão conhecido. E provou isso no discurso que fez no plenário da Casa legislativa, neste histórico domingo (17), ao defender a indefensável Dilma Rousseff e finalizar sua fala típica de torcidas em estádios de futebol. Sabem os brasileiros que o nível do Parlamento nacional é baixo, reflexo imediato de uma sociedade atrasada em termos culturais e desinteressada quando o assunto é política.

No momento em que um político como Weverton Rocha assume uma das pontas das negociações para tentar salvar o combalido governo do PT, certamente o mais corrupto e inepto da história, não há como se falar em futuro diante de presente tão decadente.

Exceto os que se alinham ideologicamente com Dilma e seus sequazes, os que defendem a presidente de forma insana não passam de mercadores delinquentes que fazem da política um mero negócio. Rocha se dedica a essa defesa desastrada e sem fundamento que faz da presidente da República porque sonha em chegar à Esplanada dos Ministérios. Não sendo assim, o deputado maranhense sequer galgará essa posição por mérito próprio. De tal modo, agarra-se ao vergonhoso escambo político para atender seus próprios interesses.

Nas últimas horas, Weverton Rocha operou nos bastidores juntamente com palacianos para cooptar alguns traidores da pátria. Por mais consistentes que sejam os motivos para a eventual traição, nada é maior que a necessidade de se decretar o fim de um governo criminoso que arruinou a economia verde-loura e impôs ao País uma degradação ética e moral sem precedentes.

Quem já ouviu declarações do deputado maranhense nos bastidores sabe que sua preocupação maior e primeira não é com a situação dos brasileiros do seu estado, mas, sim, os próprios interesses. De tal modo, acreditar nas palavras de Weverton Rocha é um ato tão irresponsável quando comprar um bilhete da loteria premiado semanas depois do sorteio. A fala desconexa de Weverton só reverbera no maranhão porque o estado é o mais pobre do País, o que, em ato contínuo, leva a população à dificuldade de interpretação da realidade.

O líder pedetista diz ter conquistado alguns votos nos últimos dois dias com base na tese utópica de que a eventual chegada do peemedebista Michel Temer à Presidência fortaleceria o grupo Sarney no Maranhão, o que, na opinião do parlamentar, poderia levar o estado de volta ao retrocesso.

Em outras palavras, não importa a crise em que está mergulhado o Brasil, desde que a disputa política no Maranhão seja favorável ao grupelho de Rocha. Esse senhor, que sofre de inequívoca miopia política, por certo ainda não descobriu que o Brasil pode fazer muito mais pelo Maranhão do que o seu estado pelo País.

Na política inexistem coincidências, assim como não há bem intencionados. E Weverton Rocha busca fazer agora o que o caudilho José Sarney e seu grupo fizeram ao longo de cinco décadas, levando o Maranhão ao triste status de mais miserável unidade da federação. Para quem desconhece a realidade maranhense, vale uma visita ao estado para se inteirar acerca do que enfrenta esse povo bravo e corajoso.


Enquanto reforça o coro a favor de Dilma e espera um convite para ser ministro, o parlamentar ainda não explicou aos eleitores as confusões que permeiam seu currículo. As primeiras acusações envolvendo Weverton Rocha surgiram em 2011, no vácuo de um esquema de corrupção no Ministério do Trabalho. À época, a revista Veja publicou reportagem denunciando que servidores e ex-servidores de órgãos de controle da pasta exigiriam comissão de 5% a 15% do valor dos convênios para resolver “pendências” nos contratos.

No mesmo ano, Rocha já era alvo de sete ações judiciais por improbidade administrativa no Maranhão, sendo seis na Justiça Estadual e uma na Justiça Federal, todas relacionadas ao período em que esteve à frente da Secretaria Estadual de Esporte. As irregularidades incluíam o favorecimento ilícito da empresa responsável pela reforma de um ginásio esportivo e o desvio de mais de mil colchões destinados às famílias desabrigadas pelas enchentes no Maranhão, em 2008. Além disso, Weverton Rocha patrocinou com dinheiro público (R$ 88.054,25) a reforma de um campo de futebol da Associação dos Delegados do Maranhão (Adepol).

Em 2012, o pedetista foi acionado pela Justiça Federal para explicar irregularidades no ProJovem Urbano. Pelo menos R$ 3,9 milhões teriam sido desviados, segundo denúncia do Ministério Público Federal (MPF), que apontou falha na transferência R$ 6.930.900 do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a Secretaria de Esporte e Juventude (SESPJUV).

De acordo com a denúncia, Rocha dispensou, de forma indevida, a licitação para a contratação da Fundação Darcy Ribeiro (Fundar) e do Instituto Maranhense de Administração Municipal (Imam). A pena a ser cumprida era à devolução de R$ 6.098.010, perda do cargo público, suspensão dos direitos políticos e multa.

Em relação à Ação Penal 683, que trata da contratação da Fundação Darcy Ribeiro, Weverton Rocha alegou que não havia à época entidade capaz de realizar o trabalho. No caso da Ação Penal 700, que tem como cardápio jurídico a contratação de empresa para transportar atletas pelo estado, Rocha alegou que “houve contrato com a única empresa que se apresentou no certame”.

Em 2013, o Supremo Tribunal Federal decidiu intensificar as investigações sobre a cobrança de propina no âmbito do Ministério do Trabalho para a liberação de recursos destinados organizações não governamentais (ONGs). Weverton Rocha, segundo a denúncia, estaria envolvido no esquema que resultou na queda do presidente do PDT, Carlos Lupi, á época ministro da pasta. O inquérito apura o desvio de recursos públicos e corrupção na contratação de ONGs entre 2007 e 2011.

Em outro vértice desse caldeirão de escândalos surge a Federação do Desenvolvimento das Organizações do Terceiro Setor do Maranhão (Fedecma), Ong comandada por Marileide Rocha, mãe do deputado Weverton, que contratou com recursos do Ministério do Trabalho – comandado por pedetistas – terreiro de umbanda para capacitar jovens em massagem, relaxamento e depilação.

O Brasil clama por mudanças imediatas e profundas, mas Dilma insiste em se cercar do que há de pior na política nacional. Os brasileiros não mais suportam desmandos e escândalos de corrupção, mas Weverton Rocha quer manter o criminoso status quo apenas porque esse cenário lhe é favorável.

apoio_04