Impeachment: Gleisi fala em misoginia para defender Dilma, mas ainda não explicou o caso do pedófilo

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Quem, por engano, ligou a televisão e viu a senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) esbravejando na tribuna do Senado Federal para bajular a afastada Dilma Rousseff, pode ter pensado que diante do microfone estava uma ode à moralidade política. Sabem os brasileiros de bem que Gleisi é adepta do devaneio político quando a missão é defender o banditismo político a que se dedica o seu partido, o PT. E a afirmação de que a legenda é uma organização criminosa é do senador tucano Aécio Neves (MG).

Desrespeitando o rito do julgamento e tripudiando sobre as regras estabelecidas pelo presidente da sessão, ministro Ricardo Lewandowski (STF), a senadora paranaense fez do seu direito à palavra um exaltado discurso político, como se o Senado da República fosse o palanque mambembe da esquina mais próxima.

Gleisi é uma desclassificada e a história mostra isso sem deixar dúvidas acerca do tema. Utópica, a senadora petista deu mostras de que aprendeu um novo vernáculo e dele vem fazendo uso contumaz nos últimos dias: misoginia. Foi dessa forma que Gleisi classificou o processo de impeachment, uma ação misógina. O que a parlamentar pensa é um direito constitucional, desde que esse pensamento não se transforme em ode à verdade.

Antes de falar em misoginia, Gleisi deveria rever seu passado recente. E Dilma, se aceitou a carapuça, deveria ter evitado elogios a alguém que caiu de paraquedas na chefia da Civil. Gleisi e Dilma devem explicações aos brasileiros sobre o pedófilo que foi guindado ao cargo de assessor especial da Casa Civil, transformado em questão de dias no responsável pelos programas federais dedicados a crianças e adolescentes. Tudo no melhor estilo “raposa tomando conta do galinheiro”.

Condenado a mais de 100 anos de prisão por estupro de dezenas de garotas menores de 14 anos, podendo ser condenado novamente a igual período por conta dos outros processos a que responde na Justiça, Eduardo Gaievski é a “fulanização” do que Gleisi entende por misoginia.

Sem fazer qualquer pergunta à outrora chefe, Gleisi limitou-se a fazer um discurso colérico, como determinou o diretor do documentário que está sendo rodado inclusive no plenário do Senado. A senadora fez um compendio dos supostos acertos do governo da petista afastada, mas essa sequer soube responder – não há resposta sem pergunta correspondente – de forma minimamente lógica. Dilma começou a falar de Olimpíada e depois se perdeu na própria fala.


Gleisi destacou a eficácia atual dos aeroportos brasileiros, mas, assim como Dilma, ignorou o fato de que isso é resultado da privatização, algo que os petistas insistem em chamar de concessão. Até porque, incorporar a palavra privatização ao dicionário esquerdista é “tucanar”.

Descontrolada e sem o comando do próprio pensamento, afinal ela lia sem parar, a senadora afirmou que o Senado passar por “momento cretino”. E de cretinice a senadora pode ser considerada uma doutora “honoris causa”. Só mesmo alguém desprovido de compostura pode usar termos desse naipe no Senado da República, que um dia viveu seus dias de glória, como na época do genial, saudoso e insuperável Paulo Brossard.

Há dias, Gleisi Hoffmann disse que ninguém no Senado tem moral para “cassar” a presidente afastada. A política brasileira vive a mais degradante fase da sua história, mas não é Gleisi Hoffmann a apontar o indicador a quem quer que seja. Gleisi foi acusada por seis delatores da Operação Lava-Jato de ter recebido R$ 1 milhão em propina do Petrolão, cujo assunto está na pauta de terça-feira (3) da Segunda Turma do STF, que decidirá se aceita a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República.

Gleisi só não foi presa na Operação Custo Brasil, ao contrário do que ocorreu com seu marido (Paulo Bernardo da Silva), por causa do chamado foro especial por prerrogativa de foro. A Custo Brasil, desdobramento da Operação Pixuleco II (18ª fase da Operação Lava-Jato), investiga o surrupio de mais de R$ 100 milhões de servidores aposentados que recorreram aos empréstimos consignados. O crime, que teve Paulo Bernardo como patrono e beneficiário, aconteceu a partir do Ministério do Planejamento.

A senadora está a acreditar que sua participação no documentário – o nome sugerido por este portal é “Tchau, querida” – lhe renderá uma indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante. Contudo, antes disso, o que Gleisi deve esperar, mais uma vez, é a presença de agentes da Polícia Federal batendo à sua porta, dessa vez com um mandado de prisão contra ela própria.

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