Impeachment: petistas começam a perceber que o jogo acabou e perdem-se em teorias esdrúxulas

dilma_rousseff_1029

Até o último final de semana (16 e 17 de abril), o governo do PT e o próprio partido acreditavam piamente nas negociações comandas por Lula no bataclã político montado no quarto de um luxuoso hotel de Brasília. A confiança era tamanha, que os petistas sequer consideravam na possibilidade de Dilma Rousseff ser ejetada do Palácio do Planalto no rastro de um legítimo processo de impeachment.

Agora desnorteados, petistas e palacianos já atiram em todas as direções, como forma de tentar manter o que não pode ser mantido. O governo Dilma acabou e o PT corre o sério risco de ser varrido da cena política nacional, mesmo com todo o dinheiro que a legenda acumulou ao longo de treze anos e alguns meses de roubalheira explícita.

Com a realidade mostrando-se cada vez mais dura e implacável, a sigla vive um dilema complexo. Alguns “companheiros” defendem a realização de nova eleição presidencial em outubro próximo, enquanto Dilma promete resistir até o último momento, sempre incensando a tese absurda do golpe parlamentar. Enquanto isso, alguns integrantes da legenda defendem a ideia de Dilma se afastar o quanto antes.

Como já alertou o UCHO.INFO em diversas ocasiões, uma nova eleição presidencial depende de combinar com Dilma e com o vice-presidente Michel Temer. Afinal, ambos precisam concordar em renunciar aos respectivos mandatos. Além disso, uma nova eleição é inconstitucional e afronta de maneira ousada cláusula pétrea da Carta Magna verde-loura. Ou seja, não há como realizar eleição sem a concordância explícita de Dilma e Temer.


O tempo passa de maneira veloz e Dilma Rousseff aproxima-se perigosamente do afastamento temporário, situação prevista em lei, o que pode fazer com que a petista jamais volte ao Palácio do Planalto na condição de chefe de governo. Sem contar que terá seus direitos políticos suspensos por alguns anos.

No momento em que o PT, no último domingo (17), começou a lançar de manobras radicais e de última hora para tentar barrar a votação do impeachment no plenário da Câmara dos Deputados, ficou claro que o sonho vermelho da esquerda nacional ingressara em seu epílogo. Desde então, as etapas do processo de impedimento de Dilma estão sem cumpridas de maneira legal, mas com certa velocidade, o que pode abreviar a permanência da petista no cargo.

Enquanto os políticos ficam agarrados a teorias esdrúxulas e balelas de todos os matizes, o Brasil derrete à sombra de uma crise múltipla e sem precedentes, sem qualquer sinal de melhora no médio prazo. Contudo, erra quem acredita que a dança de cadeiras no Palácio do Planalto funcionará como um passe de mágica diante da crise.

O máximo que se conseguirá é mudar o comandante da nau que balança em meio ao maremoto. Mesmo assim, é melhor saber que o risco ainda existe, do que morrer afogado na esteira de um projeto criminoso de poder, capaz de transformar o Brasil em versão agigantada da combalida Venezuela, onde democracia só existe em alguns dicionários “não bolivarianos”.

apoio_04