Impeachment: PP desembarca de vez do governo e prepara entrega do Ministério da Integração Nacional

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Depois de centralizar as negociações do PP com o governo, no imundo balcão para conter o processo de impeachment de Dilma Rousseff, o presidente nacional da legenda, senador Ciro Nogueira (PI), foi chamado às pressas no Palácio do Planalto para tentar interromper a deserção da bancada do partido na Câmara dos Deputados, que há muito defendia o rompimento com a administração petista.

Comandante de um grupo restrito dentro do partido que se beneficia dos mimos distribuídos pelo governo e também dos dividendos advindos dos esquemas de corrupção, Ciro Nogueira viu seus correligionários firmarem posição e implodir o sonho do governo de impedir o avanço do processe de impedimento da presidente da República.

Com a decisão tomada na tarde desta terça-feira (12) pelos deputados do PP, a situação de Ciro dentro da sigla tornou-se ainda mais frágil, o que pode culminar em uma eventual intifada. Contudo, até a votação do processo de impeachment isso não será sequer cogitado nos intramuros do PP.

Se até o meio da noite o Palácio do Planalto se preocupava com a contabilidade depois do rompimento do PP da Câmara, o clima palaciano ficou ainda mais tenso com a notícia de que o partido desembarcará de vez do governo.


Ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi deve entregar ainda nesta terça-feira sua carta de demissão, movimento que será adotado pelos indicados do PP que ocupam cargos na Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf).

Sendo assim, o Planalto terá problemas não apenas na Câmara dos Deputados, mas também no Senado Federal, a quem cabe julgar o processo de impeachment da presidente. Para que o impedimento de Dilma Rousseff seja aprovado são necessários 54 votos, ou seja, dois terços dos 81 senadores.

Tecnicamente é possível que o processo seja rejeitado no plenário do Senado, até porque o governo precisa de 27 votos para barrá-lo, mas diante do cenário atual, agora tomado pelo chamado “efeito manada”, essa hipótese é politicamente inviável.

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