Imprensa critica demora na escolha de novo ministro da Justiça, mas ignora falta de um governo no ES

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Quando jornalistas começam a abusar do “achismo”, a democracia está a correr sério risco, talvez já tenha sido implodida por opiniões de quem deveria encarar a profissão com fartas doses de seriedade. Entre ater-se à realidade dos fatos e emitir opiniões estapafúrdias, mesmo que essas rendam dividendos na terra de ninguém em que se transformou a rede mundial de computadores, a primeira opção é a mais prudente e sensata. E nesse toada continuará o jornalismo do UCHO.INFO, apesar de críticas de todos os naipes e disparadas dos mais variados setores.

A mais nova sandice jornalística versa sobre o anúncio do presidente Michel Temer de que a escolha do próximo ministro da Justiça poderá demorar até duas semanas, já que Alexandre de Moraes foi indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF), que está com uma cadeira vaga desde a morte do ministro Teori Zavascki, em 19 de janeiro passado.

A indignação de alguns profissionais da imprensa deve-se ao fato de que a escolha do novo ministro da Justiça deveria ocorrer imediatamente, pois a pasta não pode ficar acéfala no momento em que o estado do Espírito Santo está debaixo de uma onda de insegurança por conta da greve branca dos policiais militares.

Ao presidente da República cabe o direito de escolher seus assessores quando e como lhe convier, não cabendo à imprensa o papel de criticar a esmo. Pelo que se sabe, caso nada tenha mudado nas últimas horas, o Ministério da Justiça tem um secretário-executivo, que como o próprio nome mostra é responsável por executar as tarefas inerentes à pasta.


Temer precisa desse período para costurar politicamente a escolha, pois em jogo está, no Congresso Nacional, o futuro de um país que continua mergulhado em grave crise econômica, a qual só começará a ser revertida, mesmo que em doses homeopáticas, com o apoio da chamada base aliada. De tal modo, de nada adianta escolher um ministro Às pressas e em questões de horas colocar a crise em patamar ainda pior.

Aliás, os adeptos do “achismo” jornalístico deveriam criticar o que está a ocorrer no Espírito Santo, estado que necessita, com celeridade extrema, de um governador de fato, porque o de direito não está conseguindo as tarefas decorrentes do cargo.

No momento em que, mesmo com a presença de homens do Exército nas ruas da capital capixaba, Vitória, os bandidos estão a praticar crimes dos mais diversos à luz do dia, é porque o Executivo local perdeu o poder de mando. O que enseja, como noticiado por este portal em matéria anterior, intervenção federal, de acordo com o que prevê o artigo 34 da Constituição Federal. Em suma, o jornalismo brasileiro já viveu melhores momentos.

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