Inflação chega a 7,64% no ano, maior índice de 2003, mas governo permanece míope

inflacao_32Administração obtusa – Diferentemente do que afirmou a presidente Dilma Rousseff em entrevista a emissoras de rádio da Bahia, na manhã desta quarta-feira (7), a luz ainda está muito distante do fim do túnel. A presidente da República, que entregou o poder aos aliados – na verdade são adversários travestidos –, tenta se manter no cargo com discursos bravateiros e sem qualquer conexão com a realidade.

Nesta quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados que mostram a elevação da inflação oficial em setembro, de 0,22% para 0,54%. De acordo com o órgão, a inflação oficial no ano está em 7,64%, o mais elevado índice para o período desde 2003, quando o mais temido fantasma da economia alcançou a marca de 8,05%. No acumulado de doze meses, a inflação medida pelo índice de Preços ao Consumidor Amplo está em 9,49%, ou seja, a um passo da casa dos dois dígitos.

Segundo o IBGE, pesou no bolso do consumidor brasileiro o aumento de quase 13% no preço do botijão de gás, impacto que seria maior se as distribuidoras tivessem aplicado o percentual máximo autorizado pela Petrobras, de 15%. De janeiro a setembro, mesmo período de pesquisa da inflação, a alta do produto alcançou 17,56%, um absurdo se comparado ao valor do salário mínimo, que sob o manto do Partido dos Trabalhadores vale a fortuna (sic) de R$ 788.

Além do gás de cozinha, interferiu no calcula da inflação de setembro a alta generalizada de preços, como, por exemplo, ônibus (2,59%) e passagens aéreas (23,13%). Com isso, o grupo transportes registrou alta de 0,71%, após recuo de 0,27% em agosto.

Os preços dos alimentos também avançaram em setembro, após recuo no mês anterior, com alta de 0,24%. Como sempre, a alimentação fora de casa teve alta de 0,77%. Por outro lado, os alimentos consumidos em casa permaneceram com os preços estáveis, mas, mesmo, a população mudou os hábitos de consumo, eliminou produtos no carrinho do supermercado e substituiu marcas.

No grupo vestuário, os preços subiram na passagem de agosto para setembro, saltando de 0,20% para 0,50%, puxada pelo aumento dos calçados. Essa elevação na deveria ter ocorrido, pois o período foi marcado por liquidações.

No contraponto, os preços de serviços de saúde e cuidados pessoais recuou de 0,62% para 0,55%, sendo que o item que apresentou maior queda foi plano de saúde.

A crise econômica brasileira piora a cada dia, mas os atuais inquilinos do Palácio do Planalto, a começar pela presidente Dilma, insistem em afirmar que o período é de travessia. A grande questão é que o governo não revela o destino da travessia e muito menos o tempo de duração da viagem.

Focado em aprovar o pacote de ajuste fiscal, necessário depois do enorme estrago provocado pelos petistas na economia, o governo não consegue enxergar que algumas das medidas anunciadas servirão para turbinar a crise, que há muito vem tirando o sono dos brasileiros. No momento em que a inflação não cede, o salário perde o poder de compra de forma contínua, os preços avançam e os impostos sobrem, falar em retomada do crescimento é prova de esquizofrenia administrativa.

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