Inversão dos polos magnéticos da Terra não causará o fim do mundo, afirma a NASA

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Artigo publicado na quinta-feira (28) no site da NASA, a agência espacial norte-americana, afasta qualquer possibilidade da mudança do polo magnético da Terra causar o apocalipse. Segundo o estudo, fonte de muitas teorias sobre o fim do mundo, essa inversão magnética não deve varrer os seres vivos da face da Terra ou mudar o eixo de rotação do planeta. “Os registros fósseis não mostram nenhuma mudança dramática na vida de animais e plantas da época da última inversão”, destaca o texto.

O polo norte magnético da Terra “viaja” a 64 quilômetros por ano e já está a 1,1 mil quilômetros ao norte do ponto em que pesquisadores o localizaram pela primeira vez, no século 19. A velocidade do ponto para o qual apontam as bússolas tem aumentado – era de 16 quilômetros por ano no início do século 20 – e deve levar a uma inversão dos polos magnéticos do planeta.

Quem acredita que a inversão de polos é um sinal do fim do mundo afirma que as mudanças no campo magnético no planeta arruinarão a migração de espécies animais, além de expor a atmosfera à radiação solar mortal e mudar o eixo da Terra, levando o gelo dos polos a derreter, inundando os continentes.

Mas, conforme os cientistas da NASA, isso não ocorrerá. Eles afirmam que a inversão de polos é regra, não exceção. No mais, já ocorreu diversas vezes desde que existe vida na Terra. Os dinossauros e nossos ancestrais hominídeos já passaram pelo evento, que ocorreu pela última vez há cerca de 800 mil anos.


Ainda de acordo com a NASA, o campo magnético do planeta pode até enfraquecer durante o processo de inversão, que pode durar milhares de anos, mas não irá sumir porque é fruto do movimento incessante do núcleo da Terra.

Para pesquisadores da agência espacial, já não era sem tempo para que isso ocorresse, visto que os campos magnéticos do planeta mudam a cada 200 ou 300 mil anos, mas já faz 800 mil anos desde a última mudança. Se alguém usasse uma bússola antes disso, o ponteiro não apontaria para o norte, e sim para o sul.

Os cientistas também ressaltam que o campo magnético da Terra – que ajuda a proteger os seres vivos da radiação solar – foi formado por que o núcleo do planeta, formado por uma parte sólida cercada por um mar de metais derretidos, cria correntes elétricas muito fortes. Essa eletricidade é a base do eletromagnetismo e o lugar para onde ele aponta varia ao sabor das mudanças das placas que formam o núcleo. Essas mudanças podem ser inferidas por meio de computadores que usam os dados do campo magnético.

A inversão dos polos magnéticos não vai acontecer rápido. É um processo que dura centenas ou milhares de anos, período no qual o “polo norte magnético” deve aparecer em diversas latitudes. Por isso, segundo o artigo, não há nada que indique que as previsões para o fim do mundo para esta sexta-feira, por exemplo, tenham relação com a inversão de polos. Quando ela ocorrer, conclui o texto, de maneira bem humorada, “pode significar a oportunidade de bons negócios para os fabricantes de bússolas magnéticas”.